quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

MA: Produtores no território cocais recebem curso sobre meliponicultura e apicultura

Durante a realização da Feira de Agricultura Familiar e Agrotecnologia do Maranhão (Agritec), no Território Cocais, promovida em Codó, produtores, técnicos e estudantes tiveram acesso a cursos sobre criação racional de abelha, vitrine tecnológica, demonstrações práticas e comercialização de produtos derivados da Meliponicultura e Apicultura, consideradas alternativas para o desenvolvimento rural.

O biólogo da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Agerp), José Malheiros, responsável pela coordenação do projeto no evento, explicou que tanto a criação racional das abelhas sem ferrão do tipo Tiúba (meliponafasciculata), nativas da região amazônica maranhense, cuja atividade é conhecida como meliponicultura; e a criação de abelhas do tipo africanizada (Apismelifera), espécie com ferrão, associada à apicultura, são atividades viáveis para o fortalecimento da agricultura familiar em decorrência, principalmente, dos baixos custos envolvidos na criação e do elevado valor de mercado.

José Malheiros disse, ainda, que um dos maiores entraves para o desenvolvimento da atividade no Território dos Cocais, que possui período diferenciado para a produção de mel, entre abril e maio, é a disseminação de conhecimento técnico, no intuito de incentivar o aumento da produção, por meio desta prática agrícola ecologicamente sustentável e de retorno garantido às famílias rurais.

“Tivemos uma procura expressiva de criadores nos três dias de evento. Diferente do que mostram as estatísticas, Codó e os municípios vizinhos têm criadores, só que ainda fazem tudo de uma forma rudimentar, individualizada e precisam de assistência técnica. A Atividade é promissora na região, que possui pasto apícola diversificado e o mais importante, já sabemos que o interesse existe, vamos agir para incrementar a produção e trocarmos experiências com produtores de todo Maranhão”, frisou o biólogo.

A programação contou ainda com vitrines tecnológicas, demonstração por meio de ninhos naturais, práticas com transferências de abelhas para modelos de caixas moduladas, extração do veneno de abelha africanizada, equipamentos de proteção, todo o processo de manuseio das colônias gerando também procura estudantes de aéreas correlatas, em busca de mais informações.

O estudante do 3° período de Ciências Agrárias, Geovane Aguiar, de 19 anos, disse que já teve iniciação a matéria na faculdade, mas que a prática desenvolvida e a didática utilizada no curso pela equipe técnica da Agerp, foram o diferencial. “Conseguiram reunir pessoas de todas as idades e formações. Do produtor ao estudante, todos entenderam e se apaixonaram um pouco mais com o que pode ser conseguido com essas atividades agrícolas”, destacou.

O criador de Sobrado II, povoado localizado a 43 km de Codó, Onofre Alves, 67 anos, foi um dos participantes do curso. “Moro no campo e quero condições para viver aqui. Já trabalho com horta, mas tem um tempo que percebi a minha vocação para trabalhar com abelhas. Tenho uma pequena produção, que por enquanto voltada só para subsistência, consumo da minha família, e quero tornar em mais uma forma de renda”, contou o agricultor familiar.

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