Os grandes bancos no Brasil terão que elaborar planos de recuperação para momentos de crise. O Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar como será a elaboração desses planos para que a medida entre em vigor. Mas as instituições financeiras só terão que fazer a divulgação em seus sites, de forma sucinta, em 2018, de acordo com o Banco Central (BC). Antes disso, as metas elaboradas pelos bancos serão enviados exclusivamente às autoridades reguladoras, como o BC.
A ideia é que esses planejamentos sejam feitos pelos bancos considerados sistemicamente importantes, ou seja, são instituições que, se quebrarem, afetam outras empresas e a economia do país. Essas instituições são chamadas de “grandes demais para quebrar” e o assunto foi discutido no Seminário Internacional de Planejamento da Recuperação e da Resolução Bancária, realizado ontem e hoje (17), no Banco Central, em Brasília.
Crise financeira internacional
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do BC, Sidnei Corrêa Marques, disse que a adoção de um planejamento eficiente para recuperação em situações de desequilíbrio surgiu durante a crise financeira internacional, iniciada em 2008. Para ele, a crise gerou duas lições. Uma delas é que “não é possível esperar a crise acontecer para se preparar”. “A segunda é que não apenas as autoridades, mas também as próprias instituições financeiras devem estar preparadas de forma que possam dar os primeiros passos na direção da solução do problema”, acrescentou o diretor, no encerramento do seminário.
Ele disse, ainda, que os planos de recuperação irão ajudar o BC com a ampliação de cenários e serão úteis também para fundos garantidores que “irão se beneficiar da maior previsibilidade”.