Se conversarmos por alguns minutos com moradores da São Luís dos anos 80 para trás, não será difícil buscar na memória a imagem de uma área verde. No próprio centro da cidade, árvores variadas davam fartos frutos e serviam de sombra e playground para a molecada. Terrenos baldios eram perfeitos para a exploração científica pueril. Pássaros, pedras, plantas, insetos. Cheiros e sabores. Tudo faz parte de uma memória afetiva daquela cidade, com menos veículos motorizados e menos edificações.
Hoje, nossas crianças desfrutam do mundo virtual, parques privados e shoppings considerados mais seguros e disponíveis. E é possível que cresçam sem nunca ter escalado uma árvore para colher jambo, ingá, cajazinha, manga. Sem nunca ter saído do mato cheio de carrapichos ou vermelho de urtiga.
Infelizmente, caminhamos para um mundo cada vez mais sintético, artificial e cinza.
Mas, para além da nostalgia de um tempo que não volta, e do fatalismo cotidiano é hora de planejar a São Luís do futuro, com vida ao ar livre e puro. Onde seja possível se deixar livre por horas numa praça, num parque no centro da nova cidade antiga.
