quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Contraceptivo masculino é adiado por ter reações parecidas com o feminino

A ciência chegou perto de ter um anticoncepcional masculino de alta eficácia, mas pesquisadores resolveram interromper os testes após 6% dos participantes relatarem efeitos colaterais “intoleráveis” como depressão, alteração do humor, dor muscular, variação da libido e acne. A pesquisa foi publicada recentemente no periódico científico Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism.

O medicamento foi testado em 320 homens e era aplicado por meio de uma injeção. De acordo com os cientistas, a quantidade de espermatozoides caiu para menos de 1 milhão por ml, um nível considerado infértil pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e permaneceu assim após 24 semanas do início dos testes em 274 participantes. Ou seja, a eficácia do método foi de 96% em usuários contínuos.

Setenta e cinco por cento dos voluntários afirmaram ainda que adotariam o método se ele estivesse disponível comercialmente. No entanto, apesar dos bons resultados, o estudo foi interrompido com antecedência por órgãos fiscalizadores devido aos riscos que oferecia à saúde.

“É necessário fazer mais pesquisas para avançar esse conceito até o ponto que esse método contraceptivo seja amplamente disponível para os homens. Apesar das injeções serem eficazes em reduzir as taxas de gravidez, a combinação de hormônios precisa ser estudada para se conseguir um avanço entre o equilíbrio de eficácia e segurança” afirmou Mario Philip Reyes Festin, membro do departamento de pesquisas em reprodução humana da Organização Mundial da Saúde (OMS) e um dos autores do estudo à publicação do Endocrine Society, uma organização internacional de endocrinologia.

Contraceptivos femininos
Os anticoncepcionais femininos também estão na lupa da comunidade médica e geram controvérsia. Um estudo publicado em maio de 2016 na revista especializada The BMJ Today, mostra que as pílulas anticoncepcionais mais recentes têm um risco aumentado de acidentes devido à trombose venosa.

Conduzida por pesquisadores britânicos, o estudo atesta que as mulheres que tomam contraceptivos orais combinados que contêm drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona têm um risco de trombose venosa quadruplicado em relação àquelas que não tomam pílula.

Em outubro deste ano, uma jovem do interior de São Paulo, foi parar na UTI depois de uma trombose venosa cerebral, causada pelo uso de anticoncepcionais. Ela contou sua história em um desabafo nas redes sociais. “Foram três dias dentro da UTI, e um total de quinze dias de internação. A causa era mesmo o anticoncepcional, um remédio que era pra estar me ajudando, mas que ali poderia ter me causado uma sequela irreparável ou até mesmo algo pior”, relatou Juliana Pinatti.

 

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