quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Estratégia de transformar uma dose da vacina contra febre amarela em cinco é criticada

A estratégia de fracionar vacinas contra a febre amarela estudada pelo Ministério da Saúde é alvo de críticas de especialistas na área. Segundo Marco Aurelio Palazzi Safadi, pediatra infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, o recurso transforma o que seria uma dose da vacina em cinco, reduzindo o efeito protetor do imunizante para um ano. 

O fracionamento de vacinas já foi adotado em países da África pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o professor da Universidade de Brasília (UnB) e um dos maiores especialistas em febre amarela do Brasil, Pedro Tauil, reprovou a medida planejada pelo Ministério da Saúde: “Isso foi usado em Angola, mas as condições eram totalmente diferentes. O país estava em meio a uma epidemia de febre amarela urbana”.

No Brasil, os casos registrados até o momento são silvestres. Para o pesquisador da Fiocruz Cláudio Maierovitch também não há sentido em vacinar indiscriminadamente áreas urbanas populosas enquanto o vírus circula apenas nas matas.

O pediatra infectologista da Santa Casa também pondera que a estratégia deve ser adotada apenas em situações de emergência. 

— O objetivo é otimizar a quantidade de imunizantes de que se dispõe em momentos de surto e expansão das áreas de recomendação, quando a demanda aumenta desproporcionalmente. A expectativa é de que, após o período de um ano, já haja normalização dos estoques e situação da doença esteja controlada. Aí, o ideal é que as pessoas que estejam em áreas de risco sejam revacinadas com as doses completas.

 

Safadi ressalta que, em 2018, a situação de necessidade da proteção da população brasileira contra a doença deve ser reavaliada. “Depende bastante da situação epidemiológica. Muitas vezes, mudam as áreas de risco onde a imunização precisa ser encarada como rotina”, diz.

Efeitos adversos podem ser menores: Ainda de acordo com Safadi, a quantidade de informações e estudos disponíveis sobre a eficiência das doses diluídas é inferior à das doses completas.

— No entanto, sabe-se que o perfil de segurança do imunizante permanece o mesmo e pode ter até menores incidências de efeitos adversos.

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