Foram realizado pela primeira vez o procedimento de pulsoterapia em crianças com microcefalia e com epilepsia refratária de difícil controle da rede pública do Maranhão. O método foi executado pelo Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças (Ninar), do Complexo Hospitalar Dr. Juvêncio Mattos, referência no tratamento especializado e diagnóstico para crianças com microcefalia, hidrocefalia e síndrome de Down.
Três crianças com idades de 1 ano e dois meses a 1 ano e quatro meses, portadoras de microcefalia por síndrome do zika vírus e epilepsia refratária, deram entrada na unidade e logo após os procedimentos iniciais foram internadas para receber tratamento. As intervenções médicas foram realizadas no Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos.
A neuropediatra responsável pelo ambulatório de microcefalia do Ninar, Patrícia da Silva Sousa, explicou como é feito o procedimento com a utilização de metilprednisolona. “Esta modalidade de tratamento é utilizada quando nenhum outro método com outras medicações dá certo. Este procedimento é importante, pois mais crianças que tiverem indicação para usar esse protocolo poderão ser beneficiadas”, pontuou.
No local, as crianças passaram pelo método de pulsoterapia para a administração do medicamento. Para este método, a criança é internada e recebe a medicação de forma endovenosa (na veia) durante seis horas. Após esse período, ela recebe alta hospitalar e no mês seguinte retorna ao hospital para repetir o procedimento. A primeira fase do tratamento foi realizado entre os dias 20 e 21 de maio.
A realização desse tipo de conduta médica, que tem como principal objetivo neutralizar os efeitos da doença e buscar a estabilização da crise, representa mais um avanço importante no tratamento de crianças com doenças que afetam o neurodesenvolvimento no Estado e de modo geral no Brasil.