O governador Flávio Dino (PCdoB), fez nesta terça-feira (28), uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro, sem citá-lo, ao afirmar que o poder Executivo estimular manifestações de rua contra o poder Legislativo não cria soluções, mas, sim, desajustes institucionais.
Eu não faço passeata contra o presidente da Assembleia Legislativa do meu Estado, acho muito ruim governar brigando contra o Parlamento. Não haverá solução no meio de uma confusão, de desajustes institucionais”, disse o governador, durante um evento sobre PPPs e concessões que ocorre em São Paulo.
Ao apresentar projetos do Maranhão que podem interessar à iniciativa privada, Dino citou quatro unidades prisionais que contam com 500 detentos cada. Segundo ele, o número de detentos cresceu nos últimos anos em razão de um esforço do governo para diminuir a taxa de homicídios. “Infelizmente, a demanda dos presídios é garantida, em razão da conjuntura que vivemos no nosso País”, disse.
Classe Média
Ontem (dia 27), na abertura na abertura do V Salão do Livro Político, no Teatro da Universidade Católica (Tuca) na PUC-SP, Flávio Dino afirmou que esquerda perdeu “a batalha política da classe média”, que aceitou a pauta da corrupção como fonte de todas as tragédias sociais e politicas brasileiras.
Na análise do governador, existe uma direita política que é explicitamente preconceituosa e violenta, que não se envergonha, por exemplo, de arrancar uma faixa em defesa da educação na Universidade Federal do Paraná, e comemorar a ação. Essa direita ascendeu com a pauta da corrupção, que teria se “entranhado” na população como raiz de todos os males, pondo em segundo plano o que ele chama de “a maior das corrupções”: a desigualdade social. No governo Lula, principalmente, o país teve avanços “à brasileira, em ziguezague”, mas a partir de 2013 “o sinal histórico se inverteu”.
“Não adianta blocarmos o bolsonarismo. Precisamos cindir o pacto antinacional e antipopular, e isolar o bolsonarismo hard. Precisamos ter amplitude”, pontuou Flávio Dino.
O governador Flávio Dino dividiu a mesa na abertura do V Salão do Livro Político o ex-prefeito Fernando Haddad, a deputada estadual Erica Malunguinho (Psol), o ex-chanceler Celso Amorim e o ator Sérgio Mamberti.