Os trabalhadores da CAEMA se reuniram na manhã desta segunda-feira (24) em frente à sede administrativa do órgão no centro de São Luís e decidiram não iniciar a paralisação dos trabalhos, já que o acordo feito com a CAEMA foi prorrogado por mais alguns dias.
Na pauta de reivindicações estão presentes bem mais questões relacionadas à saúde financeira da empresa, como a cobrança de dívidas que prefeituras do Maranhão possuem junto à CAEMA.
“Nós entregamos a pauta no dia 15 de abril, ou seja, mais de 60 dias que entregamos a pauta. Infelizmente o coordenador de negociação, que é o seu André, o diretor financeiro, travou o processo. Para você ter uma ideia, passamos 48 dias para ele entregar a primeira proposta. E na primeira proposta, ele elegeu os trabalhadores como vilão. Logo o que é uma incoerência da direção da CAEMA porque nós, em 2015, já tínhamos alertado o Governo do Estado e a diretoria que a CAEMA precisava tomar algumas medidas. Por exemplo, a Prefeitura de São Luís deve R$96 milhões e não paga”, explica Fernando Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da CAEMA.
Segundo o Sindicato, nem todas as cláusulas da pauta de reinvindicações foram aceitas. Em números, nem metade. O assessor jurídico do sindicato diz que as mudanças feitas com a reforma trabalhista estão complicando as negociações.
“A principal reivindicação do sindicato era uma negociação efetiva do acordo. A empresa havia recebido a pauta no dia 15 de abril e não tinha apresentado propostas concretas do acordo que vencia agora no dia 30 de junho. Então a assembleia decidiu na semana passada que se fosse mantida essa data, realmente iria deflagrar o processo de greve. O Governo percebeu que os trabalhadores estavam falando sério e recuou da sua postura inicial de encerrar as negociações no dia 30 e prorrogando por mais 30 dias. Agora a negociação vai até o final de julho discutindo toda a pauta do acordo coletivo”, esclarece Guilherme Zagallo, assessor jurídico.
O entrave nas negociações não tira a esperança que o governo negocie melhor os pontos ainda não atendidos. A categoria espera, no mínimo, manter direitos conquistados. Sobre a greve atingir a prestação de serviços, essa ideia está descartada. O presidente do sindicato diz que o operacional não para com a greve.
Procurada pela nossa produção, a CAEMA ainda não se pronunciou sobre o assunto.
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