A recusa do Ministério das Comunicações pelo deputado Pedro Lucas Fernandes (UB) demostra bem como está o clima em Brasília. Um congresso extremamente dividido, inclusive com divisões intrapartidos, e partidos gigantes que em breve se agigantarão ainda mais.
É o caso exatamente do União Brasil, segunda maior bancada da câmara, com 59 deputados, perdendo apenas para o PL, que soma 92 deputados. Situação que está a um passo de mudar, quando se concluir a fusão entre União Brasil e PP. Somados os 48 deputados do PP, o novo partido resultante da fusão terá 140 membros.
Pedro Lucas acabou no olho do furacão ao ser convidado para o ministério de Lula. A confusão começa com as duas tendências do UB, onde uma parte dos deputados sob a liderança de Davi Alcolumbre (UB), presidente do Senado Federal tem simpatia e oferece apoio ao governo.
Porém, a outra ala do UB, liderada pelo presidente do Partido, Antônio Rueda, segundo uma fonte do partido em BSB, que é de oposição ao governo e representa cerca de 2/3 da bancada, é quem dá sustentação à liderança do deputado maranhense.
A fonte avalia, também, que a indicação de Pedro Lucas pelo Alcolumbre, que é ligado a Lula, e pretendia, com isso, enfraquecer o grupo de oposição, uma vez que Pedro Lucas Pedro faz parte do grupo de Rueda, e que ganhou a liderança na Câmara dos Deputados.
Outras questões
Alguns outros detalhes, segundo a mesma fonte, são a questão do tempo, “em um ano não se faz nada em ministério. E mais, esse ministério tá esvaziado”. Além disso, com aquele grande número (até 2/3) de deputados de oposição ao governo, “De onde ele (Pedro Lucas) teria apoio para atuar como ministro numa situação dessas?”.
A situação mostra bem o quanto Pedro Lucas pegou uma missão difícil nessa liderança de bancada: de ter de entregar resultado numa bancada com a maioria de oposição. “Em Brasília, se você não tiver agrupado é presa fácil”, conclui a fonte.
