quarta-feira, 24 de abril de 2024

AGOSTO LILÁS – Ciclo de diálogos debate masculinidade e grupos reflexivos

Criação de espaços de diálogo e reflexão é prevista pela lei

Como parte do Agosto Lilás, mês de mobilização de combate à violência contra a mulher, o Ministério Público do Maranhão promoveu, na manhã desta sexta-feira, 19, o Ciclo de Diálogos sobre a Lei Maria da Penha com o tema “Masculinidade e Grupos Reflexivos de Homens”. O evento foi realizado no Centro Cultural do MPMA, em São Luís, e reuniu membros, servidores e representantes da sociedade civil.

A atividade foi organizada pela Escola Superior em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência de Gênero (CAO Mulher) e contou com a apresentação da quadrilha junina “Flor de Mandacaru”, do município de Açailândia. O grupo apresentou o espetáculo “Marias” em alusão aos direitos das mulheres.

Na abertura do evento, a diretora da ESMP, Karla Adriana Farias Vieira, afirmou que a pesquisa sobre violência doméstica e familiar contra a mulher, realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, em 2021, apontou que, para 71% das entrevistadas, o Brasil é um país muito machista. Os dados apontam que 68% das brasileiras conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, enquanto 27% declaram já terem sofrido algum tipo de agressão por homem.

Ela destacou que a Lei Maria da Penha possibilita a criação de espaços de diálogo, informação e reabilitação sobre a violência contra a mulher com a presença do público masculino. “O que se vislumbra é o rompimento de ciclos de violência, a contribuição para obtenção de equidade de gênero e o enfoque sobre a violência contra a mulher como violação de direitos humanos”, esclareceu Karla Adriana Vieira.

Em seguida, o diretor da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), Carlos Henrique Vieira, parabenizou os integrantes da Flor de Mandacaru pela apresentação, que abordou a luta das mulheres para garantir a sua dignidade. “A arte é uma ferramenta muito importante para se falar de direitos, especialmente, os direitos humanos”.

O juiz Pedro Guimarães Junior, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Maranhão (CEM-Mulher), destacou a parceria institucional com o MP, em Açailândia, em atividades de defesa do público feminino. “Agradecemos o convite e a parceria institucional com o Ministério Público”.

Promotora Érica Canuto, do MPRN, ministrou oficina

MASCULINIDADE E GRUPOS REFLEXIVOS

Em sua apresentação, a promotora de justiça do Rio Grande do Norte e coordenadora do Núcleo de Apoio à Mulher Vítima de Violência, Érica Canuto, explicou que o tema é intimamente ligado à violência doméstica e enfatizou que existe uma construção social da masculinidade tóxica e o homem é socializado para responder as questões da vida muitas vezes com violência e há uma cobrança social distorcida.

“Falar sobre isso é dizer que existe uma política pública, inserida na Lei Maria da Penha, que é a criação de grupos de reflexão para homens. Neles, os participantes têm oportunidade de refletir sobre a própria masculinidade, seu papel, paternidade, proteção da mulher e violência para que possa formar um convencimento e descontruir essa crença negativa”, afirmou Érica Canuto.

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