Segundo Sindicato dos Metalúrgicos, 650 trabalhadores devem ser demitidos até o fim do mês de abril.
A Alumar demitiu entre os meses de março de 2015 e do ano passado 983 metalúrgicos de sua unidade de funcionamento em São Luís-MA. A confirmação do total de demitidos foi feita nesta segunda-feira (30) pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís após anúncio do desligamento de um dos setores pela multinacional.
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Em nota, o presidente do Sindimetal, José Maria Araújo, lamentou a decisão da presidência da empresa. O desligamento dos funcionários ocorre depois de a empresa confirmar a suspensão da produção de uma das salas de cubas responsável por 74 mil toneladas métricas de alumínio.
José Maria também criticou a postura da Alumar. Segundo ele, a empresa divulga os melhores resultados, premiações e pesquisas, como o lucro líquido de U$ 432 milhões de dólares no último trimestre de 2014, que dependem a participação do trabalhador.
Já a Alumar, não confirma as demissões em massa, entretanto, em comunicado à imprensa nesta segunda (30) fala que a “decisão está alinhada com o recente anúncio da companhia de avaliar possíveis reduções, fechamentos ou vendas em sua capacidade de produtos”. Uma nova reunião entre empregados e patrões está marcada para a próxima quarta-feira, 1º de abril.
Em 28 de março de 2014, a Alumar anunciou a demissão de 500 trabalhadores, alegando altos custos no preço da energia e outros gastos. Com a atuação do sindicato frente ao Ministério Público do Trabalho e à Justiça do Trabalho, as demissões foram reduzidas para 333 empregados, com garantia de salário extra ao pago na rescisão e prioridade em caso de reabertura da linha de produção.
Veja a íntegra da nota da Alcoa, nesta segunda (30 de março de 2015):
A Alcoa, líder na produção de metais leves, anunciou hoje que suspenderá a produção remanescente de 74 mil toneladas métricas de alumínio da Alumar, em São Luís (MA). A decisão está alinhada com o recente anúncio da companhia de avaliar possíveis reduções, fechamentos ou vendas em sua capacidade de produtos primários para otimizar ainda mais o portfólio de commodities. A expectativa é de que este ajuste seja concluído até 15 de abril próximo.
“Continuamos a tomar medidas decisivas para criar um negócio competitivo em nível global baseados em uma revisão da nossa capacidade nos negócios de produtos primários”, declarou Bob Wilt, presidente Global do Grupo de Produtos Primários da Alcoa. “São decisões difíceis, mas necessárias, para apoiar a estratégia da Alcoa de reduzir a base de custos dos nossos negócios de commodities.”
Essa suspensão dá continuidade à redução de 85 mil toneladas métricas nas operações de São Luís realizada em maio de 2014, e mais 12 mil toneladas métricas implementadas em outubro de 2014. As condições desafiadoras do mercado global e os elevados custos operacionais tornaram a produção de metal inviável. A planta de alumina não será afetada e continuará operando normalmente.
“Nós sabemos como esta decisão afeta profundamente nossos funcionários, empresas contratadas e nossas comunidades”, afirmou José A. Drummond, presidente da Alcoa América Latina. “Nossas equipes trabalharam arduamente para tornar as operações competitivas. Manteremos o diálogo com nossos funcionários, o sindicato e a comunidade para minimizar o impacto dessa decisão. Continuaremos empenhados em atingir as condições de competitividade necessárias para a produção de alumínio na região.”
Esta suspensão está alinhada com o anúncio da Alcoa, de 6 de março de 2015, de avaliar 500 mil toneladas métricas de capacidade de produção de alumínio e 2,8 milhões de toneladas métricas de alumina, com vistas a possíveis reduções, fechamentos ou vendas. Com o ajuste na linha de produção de São Luís, a Alcoa deixará de produzir aproximadamente 740 mil toneladas métricas anuais, o equivalente a 21% de sua capacidade de produção de metal.
Como resultado do anúncio de hoje, a Alcoa arcará no primeiro trimestre com encargos de reestruturação estimados entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões, após os impostos, ou US$ 0,01 por ação.
Ao suspender as operações de alumínio e de alumina de alto custo, a Alcoa avança em seu objetivo de reduzir sua posição ao 38º percentil da curva de custo mundial da produção de alumínio, e a de alumina ao 21º percentil, até 2016.
E, a seguir, a nota à imprensa em 28 de março de 2014:
Alcoa reduz temporariamente sua capacidade produtiva de alumínio primário no Brasil em 147 mil toneladas
Companhia terá 21% de capacidade de fundição desligada quando os ajustes estiverem efetivados
NEW YORK e SÃO PAULO, 28 de Março de 2014 – A Alcoa anuncia hoje a redução temporária de 147 mil toneladas da sua capacidade de produção de alumínio primário em São Luís (Alumar-MA) e em Poços de Caldas (MG), devido às condições desafiadoras do mercado global e ao aumento de custos de suas operações, que deixaram de ser competitivas. Os ajustes serão realizados até o final de maio de 2014.
Em 2013, a companhia reduziu 34 mil toneladas em Poços de Caldas e 97 mil toneladas em São Luis. Os novos ajustes incluem as 62 mil toneladas restantes da capacidade de produção de alumínio primário de Poços de Caldas, resultando no fechamento temporário das três linhas de produção de metal da unidade. Outras 85 mil toneladas serão reduzidas em São Luis.
“Em todo o mundo, estamos tomando medidas para reduzir a capacidade de produção dossmelters que não são competitivos e reposicionar nosso perfil de custos”, afirma Bob Wilt, presidente da Divisão Global de Produtos Primários da Alcoa. “Estas são ações difíceis, mas necessárias para suportar a estratégia da Alcoa para reduzir a base de custos de nossos negócios de upstream”.
Como resultado da redução de capacidade dosmelter, a refinaria de Poços de Caldas também ajustará sua produção. A mina, a fábrica de pó de alumínio e a fundição continuarão operando normalmente, assim como a refinaria de São Luis. As demais operações da Alcoa no Brasil não serão afetadas.
“Nós sabemos como esta decisão afeta nossos funcionários, prestadores de serviços e as nossas comunidades”, afirma Aquilino Paolucci, presidente da Alcoa América Latina & Caribe. “Apesar do trabalho duro realizado pelo time para tornar nossas operações mais competitivas, fomos forçados a tomar medidas difíceis em relação à nossa produção de metal primário no Brasil, em função das condições de mercado que enfrentamos. Agradecemos o apoio dos Governos, em todos os níveis, e vamos trabalhar ativamente em parceria com nossos funcionários, sindicatos e comunidades para administrar esta transição e minimizar os impactos”.
Em maio de 2013, a Alcoa iniciou a revisão de 460 mil toneladas da sua capacidade de produção em todo o mundo. Assim que todos os ajustes temporários ou fechamentos anunciados forem realizados, a Alcoa terá desligado aproximadamente 800 mil toneladas ou 21% da sua capacidade de produção de alumínio primário.
Os custos relacionados à reestruturação dos ajustes realizados no Brasil no primeiro trimestre são estimados entre US$ 40 milhões e U$ 50 milhões, após impostos e participação de não controladores ou U$ 0,04 a U$ 0,05 por ação, dos quais cerca de 30% serão non-cash.
A revisão da Alcoa de suas operações de alumínio primário é consistente com a meta da companhia de reduzir a posição na curva de custo mundial da produção de alumínio ao 38º percentil da curva de custo e a de alumina ao 21º percentil, em 2016.