A Estrada de Ferro Carajás (EFC), inaugurada em 1985 como parte do Programa Grande Carajás, celebra 40 anos de operação em 2025, apostando em duas grandes frentes para manter sua liderança entre as ferrovias brasileiras: inteligência artificial e eficiência energética. Entre as iniciativas estão a compra de locomotivas movidas a bateria, a renovação de parte da frota com locomotivas mais modernas capazes de operar com biodiesel B25, e o uso de inteligência artificial para otimizar a manutenção da frota e ampliar a segurança da operação.
De acordo com o Diretor de Operações da ferrovia, João Silva Junior, a Vale faz investimentos contínuos para garantir que a EFC permaneça como referência entre as ferrovias brasileiras. Atualmente, a EFC possui o melhor indicador de segurança entre todas as ferrovias brasileiras, de acordo com os dados da Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT):
“São 40 anos investindo em tecnologias avançadas para garantir que nossa operação seja cada vez mais eficiente, sustentável e segura. Hoje, a inteligência artificial já está sendo uma aliada na questão da segurança, que é a base da nossa operação. Em paralelo, iniciamos a jornada de descarbonização, apostando em fontes de energia que melhoram nossa eficiência energética. Acreditamos que essa transformação contínua, sempre aberto a aprender, é essencial para mantermos nossa liderança e excelência”, afirma.
Ferrovia será a primeira a utilizar trens híbridos no Brasil
Em julho de 2023, a Vale deu um passo significativo em direção à descarbonização de suas ferrovias ao firmar um acordo com a Wabtec Corporation para a compra de três locomotivas a bateria FLXdrive. As novas locomotivas serão acopladas ao trem atual, formando a primeira composição ferroviária híbrida do país. A tecnologia de baterias permitirá a recarga a partir da frenagem e economizará até 25 milhões de litros de diesel por ano, reduzindo assim a emissão de carbono em cerca de 63 mil toneladas.
Outro acordo entre as empresas, firmado em 2025, inclui a compra de 14 locomotivas ES58Aci para a Estrada de Ferro Carajás. Esses equipamentos estão entre os mais modernos do mercado e poderão operar com uma maior mistura de biodiesel, o que reduzirá as emissões de gases de efeito estufa. As locomotivas serão produzidas na fábrica da Wabtec no Brasil, na cidade de Contagem (MG), e começarão a ser entregues em 2026.
Uso de inteligência artificial na operação
Além dos avanços em descarbonização, a EFC tem investido em inteligência artificial para aumentar a segurança e a eficiência operacional. Sistemas de IA são utilizados para prever falhas nos trilhos e monitorar o desgaste dos rodeiros dos vagões, permitindo uma manutenção mais assertiva e preventiva, além de auxiliar a empresa no monitoramento inteligente e na redução de riscos em passagens em nível.
Esses esforços foram reconhecidos em 2025, quando o monitoramento das passagens em nível foi classificado em primeiro lugar na categoria “vias seguras” do Prêmio Destaques, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão federal responsável pela concessão, fiscalização e regulação de todas as ferrovias brasileiras.
Com uma extensão de cerca de 1.000 quilômetros, a EFC interliga o sudeste do Pará à capital maranhense, São Luís, percorrendo 28 municípios. A ferrovia é essencial para o transporte de minério de ferro, com uma capacidade atual de 240 milhões de toneladas por ano. Ela também conecta comunidades do Pará e Maranhão por meio do Trem de Passageiros, que bateu recorde de usuários em 2024, quando foram transportados 423 mil passageiros.
A partir de 2027, como parte do contrato de antecipação das concessões firmado entre a Vale e o Governo Federal em 2020, o Trem de Passageiros terá frequência diária nos dois sentidos. Ou seja, um trem percorrerá o sentido de ida, enquanto o outro fará o sentido contrário no mesmo dia. Hoje, o trem circula em dias alternados, saindo de São Luís às segundas-feiras, quintas e sábados, e retornando do Pará ao Maranhão nos demais dias. Às quartas, o trem passa por manutenção em São Luís e não circula.