A Assembleia Legislativa do Maranhão debateu nesta segunda-feira (26), os impactos sociais e econômicos provocados pelo fechamento de agências e postos de atendimento do Bradesco em diversos municípios do interior do estado. A audiência pública foi conduzida pela Comissão de Assuntos Econômicos e reuniu parlamentares, representantes de entidades de defesa do consumidor, autoridades municipais e membros da sociedade civil.
O encerramento das unidades tem afetado principalmente populações de áreas rurais e cidades com pouca estrutura digital, onde o banco é, em muitos casos, a única opção presencial de serviços financeiros. A medida tem gerado dificuldades para aposentados, pequenos comerciantes e trabalhadores informais, que agora enfrentam longas distâncias para realizar operações bancárias básicas.
Durante a audiência, foi destacado o contraste entre os lucros expressivos da instituição financeira e a justificativa de que os fechamentos se devem a razões econômicas e à digitalização dos serviços. Representantes dos trabalhadores do setor bancário e de entidades de defesa do consumidor alertaram para o risco de exclusão financeira e isolamento de comunidades inteiras.
Como encaminhamento, a Comissão decidiu criar um grupo de articulação política e jurídica para tentar reverter a decisão. Será encaminhado um ofício ao Banco Central solicitando apuração quanto ao cumprimento das exigências legais por parte do Bradesco. O grupo também deve dialogar com o Poder Judiciário e outras instituições federais.
O caso envolve não apenas questões bancárias, mas também acesso a direitos básicos, como o recebimento de benefícios sociais e o funcionamento da economia local. O debate permanece aberto na Assembleia e novas ações devem ser anunciadas nos próximos dias.
