Reinventadas por Lula as intervenções partidárias são extremamente nocivas para a democracia. No Maranhão, se pagou um preço grande com a criação dos sarnopetistas. E levou o grupo Sarney a uma sobrevida que se mostrou extremamente equivocada, porém condizente com o desenrolar dos fatos político-judiciais da União.
A saída do grupo Sarney vinha repicando, primeiro com Zé Reinaldo, depois com Jackson, mas a habilidade de José Sarney e o mega projeto de poder de Lula foram maiores. Se em 2010 o PT tivesse permanecido ao lado de Dino (ficou, mas foi retirado), o Maranhão teria aproveitado ainda o resquício de fartura e recuperado um pouco do atraso tecnológico e industrial experimentado nos últimos anos. Mas com a devolução do estado às mãos do velho grupo tudo se manteve do mesmo jeito das últimas décadas: estagnação.
Para citar um exemplo só: o Porto do Itaqui, cuja projeção do último ano do governo Roseana (2014) para o ano seguinte foi de míseros 307 mil reais, porém a administração do porto com a visão dinista gerou um lucro de 68 milhões de reais. Fato que revoltou o suplente de senador Edinho Lobão que quer dar o porto pra Michel Temer.
Outra intervenção partidária vertical acorreu agora no PSB. Se a decisão do presidente estadual Luciano leitoa de tirar o senador Roberto Rocha do comando do diretório municipal foi radical, embora “coisa de casa”, pior foi a decisão do presidente nacional de, primeiro desfazer a decisão estadual, depois recolocar o pivô da discórdia de volta no comando municipal. As coisas caminhando como estão não há lógica em ter diretórios estaduais e municipais. Se for pra serem meros acatadores de ordens superiores, partido vira caserna.
Não há democracia nem liberdade perante interesses. Ulisses Guimarães dizia prefer engolir um sapo a fechar uma discussão. Eram outros tempos. O que farão o prefeito Luciano Leitoa, os deputados Zé Reinaldo Tavares e Bira do Pindaré, o advogado José Antônio Sousa e Silva? E todos os filiados que elegeram seus comandos? Aceitar o coronelismo partidário?