sábado, 27 de abril de 2024

Corpo de professor e ativista LGBTQIA+ é enterrado em São José de Ribamar; há suspeitos presos

Corpo de professor Naylton foi enterrado no cemitério de Pau Deitado, em SJR

Foi enterrado na tarde desta quinta-feira (11), o corpo do professor Neylson Oliveira da Silva, assassinado entre a noite de terça-feira e a madrugada da quarta, na cidade de Açailândia, interior do estado. O velório ocorreu na a Associação Moradores do Pau Deitado (bairro de São José de Ribamar) e foi enterrado no cemitério do bairro

Correu uma informação nesta quinta-feira, a Polícia Militar deteve três suspeitos de serem os responsáveis pela morte do professor e militante das causas LGBT, ligado ao PSTU. Segundo a polícia, os suspeitos estavam em um ponto de venda e consumo de droga conhecido como “casqueiro”, quando o professor teria sido levado para um imóvel, onde foi morto.
Ainda segundo a polícia, um dos suspeitos confessou que o professor foi morto dentro desta casa e teve o corpo levado em uma moto, para a rua 15 de Novembro, no bairro Laranjeiras. Uma quarta pessoa também estaria envolvida no crime e teria sido quem assassinou a vítima, ela já foi identificada pela polícia.

Uma das linhas de investigação, segundo o delegado Saniel Trovão que investiga o caso, seria latrocínio, (roubo seguido de morte). Porém, o celular e os cartões da vítima foram encontrados próximo ao corpo.

Em contato com o presidente do PSTU, Saulo Arcângeli, amigo da vitima e companheiro de partido, ele afirmou que a investigação precisa ir mais a fundo. “Estamos buscando ajuda e informações junto às organizações como Justiça nos Trilhos e Centro de Proteção Marcos Passerini, que também estão desconfiadas, com essa versão apresentada”, afirma Saulo.

Entenda o caso:

Segundo informações da Polícia Civil, Neylson foi morto por asfixia e estrangulamento. Neylson era professor da disciplina Libras, na Universidade Estadual da Região Tocantina (UEMASUL). Além disso, fazia trabalhos comunitários e era professor do ensino básico da Escola Municipal Fernando Rodrigues, também em Açailândia.

Natural de São Luís, Neylson morava em Açailândia onde era militante do partido PSTU ligado a questões dos movimentos LGBTQIA+. hHá suspeita de crime de latrocínio (roubo seguido de morte), porém, pela atuação do professor, há também suspeita de LGBTfobia.

O presidente do PSTU, Saulo Arcângeli, se manifestou nas redes sociais, onde escreveu:

“Desde estudante, Neylson  se envolveu com as lutas para conquistar direitos políticos e sociais para a classe trabalhadora. Sobretudo, era um militante da causa LGBTI, das lutas do campo, da educação especial etc. Foi diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMA, do Programa Nacional de Educação por Reforma Agrária (PRONERA). Era também um líder sindical e da categoria de professores da cidade de Açailândia. Existem suposições de que teria sido um latrocínio e, pelo requinte de crueldade dos criminosos, não resta dúvida que esse crime está também atravessado por LGBTfobia”. (Editado)

Neylson era graduado em Filosofia, fazia Mestrado no programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Maranhão, e desenvolvia atividades voluntárias de tradução e interpretação em Libras.

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