quarta-feira, 21 de maio de 2025

Cultura popular e religiosidade são destaques em exposição no Espaço de Arte Ilzé Cordeiro

As manifestações tradicionais da cultura maranhense e a religiosidade popular são alguns temas retratados nas telas e esculturas de Janete Nakatani, artista paranaense, radicada no Maranhão há 30 anos, cuja exposição “Delicadeza – Poemas Pictóricos 3” foi aberta na manhã desta terça-feira, 20, no Espaço de Artes Ilzé Cordeiro, no Centro de Cultural e Administrativo do Ministério Público do Maranhão (Centro), em São Luís. A mostra fica em cartaz até o dia 17 de julho.

Ao todo, são 20 quadros em estilo naïf, pintados na técnica acrílica sobre tela, e cinco esculturas feitas com material reciclado. As telas retratam manifestações como o bumba meu boi, cacuriá, santos católicos como São Pedro, São Francisco e uma imagem de Jesus, paisagens interioranas típicas do Maranhão, entre outros temas. Cada quadro possui um poema correspondente, o que motivou o título da exposição.
Uma das telas, que se refere a São Pedro, foi inspirada num encontro com o cantor Cláudio Pinheiro, falecido no ano passado. “Essa tela é um tributo a Claudio Pinheiro. Certa vez ele reuniu um grupo e nos apresentou uma música recém-gravada, que era a louvação a São Pedro. E depois da composição ele disse que se tornou um devoto, porque viu, à noite, os boizinhos voando para a capela de São Pedro”.

Outra tela remete ao quintal idílico das casas do interior do Maranhão. “Toda casa tem um quintal desses, com uma árvore grande, um bando de menino correndo, galinha para todo lado, além de uma capelinha, onde os devotos vão rezar”, enfatizou.

Janete Nakatani destacou a sua paixão pela cultura popular maranhense

Já as esculturas feitas com reciclagem de papel, plástico e outros materiais recicláveis, apresentam, em geral, personagens femininas negras como catirinas, caixeiras e tecelãs. Há, ainda, um guerreiro africano pintado com tinta metálica. “Então todas essas peças têm materiais que seriam descartados na natureza e poderiam se tornar um criador de mosquito. São tampinhas, garrafas pet, entre outros que poderiam ser descartados e transformo num objeto de arte”.

Enfermeira, Janete Nakatani contou que desenha e pinta desde criança, mas quando foi acometida por um problema muito sério de saúde resolveu pintar com maior comprometimento. “Queria deixar alguma coisa como um legado e fui pintando”, lembrou.

ABERTURA

Durante a solenidade de abertura, a artista ressaltou: “Essa mostra também tem a proposta de reativar nas pessoas a delicadeza de cuidar de si, de buscar gentileza, que às vezes a gente vai perdendo no dia a dia”.

A religiosidade está presente em parte do conjunto de telas

Também comentou sobre os elementos abordados: “Toda brincadeira popular tem um santo. Todo local que você chega tem uma dança. Todo lugar é feliz, porque esse é o Maranhão. Um estado que tem uma riqueza cultural que a gente só tem que admirar. Eu que fotografo com a mente e quero mostrar para o mundo. Para isso, faço meus poemas pictóricos e cada tela conta uma história de algum lugar”, concluiu.

Além de Janete Nakatani, integraram o dispositivo de honra e se manifestaram na cerimônia o servidor Marcelo Amorim, que representou a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag); a coordenadora do Centro Cultural do MPMA, Dulce Serra; o curador do Centro Cultural, Francisco Colombo.

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