Nesta sexta-feira (4), é comemorado o Dia Mundial do Braille, sistema de escrita e leitura por meio do tato para pessoas com deficiência visual total ou parcial. O responsável pela criação do Braille, que possibilitou autonomia e conhecimento para os cegos, foi o francês Louis Braille, no século 19.
Louis ficou cego aos três anos de idade, após um acidente em que teve o olho perfurado na oficina do pai. Acabou perdendo a visão dos dois olhos, depois de um infecção. O pai de Louis Braille queria oferecer uma vida normal para o filho e o matriculou na escola local.
A criança conseguia aprender com certa facilidade apenas escutando, porém mais tarde foi transferido para uma escola que ensinava cegos. O sistema usado utiliza o desenho de letras em alto-relevo, a leitura era muito lenta e não permitia a escrita. Braille então conheceu um sistema, que serviria de base para o que iria desenvolver. Criado pelo militar Charles Barbier a “escrita noturna”, também usava pontos, e era usado em campos de batalha. Apesar de ser melhor do que as letras em relevo, ainda era complexo.
Foi então que Louis Braille aos 15 anos, desenvolveu o seu sistema de comunicação baseado em apenas 6 pontos e muito mais prático para deficientes visuais. Pela eficácia de possibilitar escrita e leitura, o sistema se tornou popular no mundo todo. Para homenagear o criador, 4 de janeiro foi escolhido, porque foi o dia do nascimento de Louis Braille.
Cegos no mundo
Um estudo publicado ontem na revista médica “Lancet” indica que, atualmente, a cegueira afeta 36 milhões de pessoas em todo o mundo. A expectativa é de que, em 2020, a cegueira atinja 38,5 milhões de pessoas.
Cegos no Brasil
No Brasil, existem mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e seis milhões com baixa visão, segundo dados do último censo realizado em 2010 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desafios
O Braille possibilitou inclusão social para milhões de pessoas no mundo todo. Antes da século 18, pessoas com essa deficiência viviam trancadas em casa ou em asilo para deficientes mentais. Com o braile as pessoas cegas passaram a ter acesso ao conhecimento, à cultura, ao lazer e à informação.
Ainda falta muito para que esse sistema de leitura possa estar presente em locais públicos para facilitar a vida dos cegos. Sem falar no sistema de educação no país que precisa ser mais incluso. Avanços que são necessários e desafios diários.