O Brasil passou a partir desta sexta-feira (14) a ter um novo sistema de precificação da gasolina e do diesel. Pela primeira vez, desde 2009, a Petrobras fez um reajuste negativo nos preços dos dois combustíveis. Essa medida deverá, na prática, dar uma aliviada na inflação, além de contribuir para a queda do preço dos alimentos no ano que vem.
O corte nos preços praticados nas refinarias será de 3,7% na gasolina e de 2,7% no diesel. Porém, ao consumidor final, deverá ficar em 1,4%, no caso da gasolina e de menos de 2% no caso do diesel. Isso representará cerca de R$ 0,5 por litro.
O preço do diesel tem um efeito direto no custo dos fretes e, consequentemente, no valor final de produtos que consumimos no dia a dia, especialmente os alimentos.
O economista André Braz, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) explica que o resultado poderá ser visto já no ano que vem. “O diesel também vai responder positivamente, barateando frete, produção de outros bens duráveis e tudo mais, porém, mais para 2017. O efeito macro dele na economia fica muito diluído e chega em doses homeopáticas”, comentou André.
Para o professor de finanças do Ibmec Rio (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) Gilberto Braga, a conjuntura econômica sinaliza para uma acomodação e até queda dos preços dos alimentos e os combustíveis são só mais um ingrediente. “A medida da Petrobras cria um ambiente favorável, somado à aprovação da PEC 241, de que a economia começa a reagir. Isso tudo vai de alguma forma trazendo a confiança do investidor novamente para o mercado brasileiro. Alguns itens que vinham sendo os vilões da inflação nos últimos meses mudaram de casa e agora estão em trânsito favorável. É o caso do leite longa vida, da cebola, da batata, do próprio feijão” explica.