sábado, 20 de abril de 2024

Entidades se manifestam sobre caso de feminicídio registrado no fim de semana

Após ser veiculado na grande mídia local o caso de feminicídio registrado no último sábado (25), quando Carlos Eduardo Nunes atirou contra a esposa, Bruna Lícia, e o amante, identificado como José Willian, o assunto passou a ser muito comentado em todas as esferas da cidade. Entidades representativas também se posicionaram sobre o episódio.

Nesta segunda-feira (27), a OAB-MA, por meio da Comissão da Mulher e da Advogada (CMA-MA), divulgou nota de repúdio contra a violência refletida no caso em questão. Em comunicado oficial, a Ordem informou que “diante tamanha atrocidade, não seremos complacentes com tamanho desrespeito à dignidade da pessoa humana e banalização da vida”. Veja nota na íntegra.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Maranhão, por meio da Comissão da Mulher e da Advogada – CMA/MA, com o apoio da Comissão de Direitos Humanos – CDH/MA, vem a público, com profunda indignação, repudiar mais um crime de feminicídio e homicídio ocorrido no Estado.
Neste sábado (25), Bruna Lícia Fonseca foi assassinada por seu companheiro, Carlos Eduardo Nunes Pereira, passando a integrar as estatísticas do crime de feminicídio do Estado.
Em 2019, foram registrados 48 casos. Um aumento se comparado ao ano anterior, 2018, com 43 feminicídios.
Em que pese a aproximação de um novo século, mais uma mulher é vítima da arraigada cultura patriarcal e violência extremada, que assola a nossa sociedade quando da notória opressão de gênero.
O feminicídio é a triste consequência do machismo alicerçado na naturalização de comportamentos, que fazem pessoas acreditarem que diferenças sexuais respaldam superioridade de um gênero sobre o outro.
A vida humana é feita de dissabores e escolhas. Violência não é solução, tampouco justificativa para as frustrações vividas.
Diante tamanha atrocidade, não seremos complacentes com tamanho desrespeito à dignidade da pessoa humana e banalização da vida. Logo, REPUDIAMOS, de forma veemente, o ato brutal cometido pelo policial militar Carlos Eduardo Nunes Pereira – que tem direito à defesa e a um julgamento justo – assim como REPUDIAMOS todos os posicionamentos de culpabilização da vítima e que incentivam o julgamento e opressão do gênero.
Expressamos nossa solidariedade às famílias das vítimas, Bruna Lícia e José Willian, na certeza de que a justiça será feita, assim como da continuidade do combate às violências que assolam a sociedade.

O Fórum Maranhense de Mulheres também manifestou repúdio em nota divulgada na última segunda-feira. Veja nota na íntegra.

Mais uma mulher vítima de feminicídio, desta vez foi Bruna Alícia uma jovem de pouco mais de 20 anos, assassinada de forma cruel, torpe, violenta, pelo seu marido. A crueldade se faz mais monstruosa ainda em virtude da forma como estão sendo veiculados matérias sobre o caso nas redes sociais. Grande parte delas destruindo a imagem da vítima, que passa a ser responsabilizada pela sua morte. Que é isso? Em que mundo estamos? Ainda estamos vivendo na idade média? Porque as mulheres continuam sendo vítimas desta cultura patriarcal que nos oprime e nos reduz a um órgão sexual que tem como finalidade apenas procriar e dar prazer aos homens, ao marido em especial.
Bruna Alícia está sendo destruída na sua moral e na sua integridade de ser humano. Mesmo sendo violentamente assassinada, ainda assim, não está sendo vista com humanidade que todo cristão merece. Sua morte não lhe dá paz, sua morte é justificada por um possível adultério que teria praticado.
Com esse argumento o assassino, seus amigos e uma parte da sociedade conservadora, machista, patriarcal e misógina, explica e justifica sua morte. “Foi merecida” dizem alguns e algumas que passam a inocentar o feminicida, naturalizando o crime hediondo praticado por este policial. O mais cruel de tudo isso é a lista que circula nas redes de amigos do assassino fazendo vaquinha para contratar um advogado para livrar este bandido da cadeia que merece. 
Com esse tipo de prática os policiais demonstram o quanto são coniventes com a violência praticada contra as mulheres e o feminicidio. É surpreendente esta atitude, onde se viu uma coisa dessas, uma corporação estimulando a impunidade.
Nós, mulheres, que integram O FÓRUM MARANHENSE DE MULHERES, protestamos! Queremos justiça! Queremos uma policia preparada e não policiais desequilibrados que não sabem controlar seus impulsos assassinos.
– Publicidade –

Outros destaques