O número de mulheres que se tornaram empresárias no Maranhão cresceu. A informação está na pesquisa “Donos de Negócios no Brasil: análise por gênero (2001-2014)” e mostra que as mulheres já representaram 31% dos empresários maranhenses. De acordo com o estudo, em 2012 eram 259 mil mulheres donas de negócios e 2014 elas eram 313 mil, o que mostra um crescimento de 20,84% no período.
Além disso, o contingente de mulheres empresárias maranhenses, representa 4% do total das 7,9 milhões de mulheres que se tornaram empresárias no país, se concentram nos setores do Comércio e Serviços, metade delas começaram a empreender entre os 35 e 54 anos de idade e 58% das empresárias completaram o ensino médio ou tem nível superior.
Este último aspecto revela uma vantagem sobre os donos de negócios, uma vez que o nível de escolaridade deles é menor do que elas: segundo a pesquisa do Sebrae 65% dos donos de negócios brasileiros tem o nível fundamental incompleto ou o ensino médio completo ou incompleto.
A pesquisa do Sebrae revelou ainda que elas empreendem em uma faixa de idade que denota maior maturidade, enquanto que 49% dos homens se tornam donos de negócios até os 35 anos.
Mais escolarizadas e mais maduras quando empreendem as mulheres conseguem resultados sempre melhores. Outra pesquisa que o Sebrae colabora – a Global Entrepreneurship Monitor (GEM) realizada em parceria com a FGV e com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) – mostra que quando se faz um corte para as empresas que tem três anos e meio de existência ou mais, elas comandam quase metade dos negócios ativos: elas estão à frente de 49% das empresas com este perfil.
Há 13 anos elas representavam apenas 42% dos empreendimentos com este perfil, o que quer dizer que houve um ganho de sete pontos percentuais no período. “Estes números mostram mudança de paradigma. A mulher está cada vez mais ativa no mercado, seja com empregadora ou como empregada”, explicou a diretora de Administração e Finanças do Sebrae no Maranhão, Rachel Jordão.
“E em alguns segmentos importantes para a economia do Maranhão já vemos isso de uma maneira mais enfática, como no varejo de confecções e nos serviços estéticos e de beleza. O Sebrae percebeu estas mudanças no mercado maranhense e está pronto a oferecer produtos e soluções adequadas para este novo cenário”, completou a diretora.
Atendimento
No ano de 2016, por exemplo, no universo de 31.676 clientes atendidos pelo Sebrae, a metade deles foram mulheres. “Cinco em cada dez empreendedores que procuraram o Sebrae no ano passado, foram do sexo feminino”, atesta o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, ressaltando que desse total, 52,3% eram Microempreendedoras Individuais, 47,6% eram donas de Microempresas (ME) e 48,5% as Empresas de Pequeno Porte (EPP) que buscaram a instituição eram comandadas por mulheres. No campo, eles ainda são a maioria: 60,2% dos pequenos produtores atendidos foram homens contra 39,8% de mulheres.
CORRELATA
MEIs concentradas nos segmentos de Comércio e Serviços
Um dos aspectos que ajudaram a alavancar o crescimento do número de mulheres donas de negócios foi a possibilidade de formalização como Microempreendedor Individual (MEIs). Uma boa prova disso é que 48,66% dos MEIs registrados no estado são do sexo feminino.
E boa parte delas estão concentrados em Comércio e Serviços, com destaque para os segmentos de serviços em beleza, comércio de alimentos e de vestuário, que juntos somam 24,9 mil MEIs do sexo feminino, o que representa 57,7% deste grupo.
Outro aspecto que pode explicar a expansão do número de mulheres empreendendo é a possibilidade de trabalhar em casa, uma vez que a pesquisa “Donos de Negócios no Brasil: análise por gênero (2001-2014)” mostra que 35% delas trabalham em casa enquanto apenas 7% dos homens trabalham em casa.
Além disso, a carga horária semanal é menor – 52% delas trabalham entre 15 e 44 horas semanais enquanto 63% deles trabalham de 40 horas ou mais – permite com que as mulheres continuem uma carreira profissional ativa e ainda se mantenham mais próximas da criação dos filhos.
No entanto nem tudo são flores. A pesquisa do Sebrae também revelou que as Donas de Negócios têm rendimentos médios menores do que o dos Donos de Negócios. “Elas recebem um rendimento médio mensal 30% inferior aos recebidos pelos Donos de Negócio”, aponta o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins.
O executivo conclui fazendo uma afirmação. “Os dados levantados revelam que o desenvolvimento de serviços, assim como a comunicação direcionada aos Donos de Negócio do Brasil deve levar em consideração as diferenças existentes entre homens e mulheres. O grau de escolaridade, de informatização e a média de idade são exemplos de fatores que influenciam o comportamento e as decisões dos Donos e Donas de Negócio”.
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