domingo, 22 de dezembro de 2024

Exposição da artista italiana Simona Luchian atrai público para a Galeria Trapiche

Foto: Divulgação / Agência São Luís

Uma mistura entre fotografia, escultura, pintura e performance, que leva o espectador por uma viagem filosófica. Esta é a proposta da exposição ‘Vestígios de um Nascimento’, da artista italiana Simona Luchian, que integra a mostra Ocupação Trapiche e entrou em cartaz na última semana, na Galeria Trapiche, que fica localizada na Praia Grande, em frente ao Terminal de Integração. A exposição fica aberta à visitação das 14h às 19h, de segunda a sexta-feira, até 25 de outubro.

“No meio do ano, sempre abrimos inscrições para o edital de ocupação da Galeria Trapiche e a Simona foi selecionada para expor conosco. Essa é uma oportunidade de a comunidade artística local e estudantil trocar experiências com uma artista internacional durante o período de exposição. Ela fala sobre o poder do olhar relacionado à temática do nascimento, com referências a lugares daqui, como a Fonte do Ribeirão, que faz a obra dela ter um pouco da cara de São Luís”, pontua a diretora em exercício da Galeria Trapiche, Romana Maria.

Simona Luchian (1989) é uma artista visual ítalo-romena, graduada em filosofia, e pós-graduada em Belas Artes na Academia de Brera (Milão). Já expôs em várias galerias de arte na Itália, Alemanha e Nova Zelândia. A artista veio para o Brasil por causa de uma oportunidade de trabalho em Belo Horizonte e decidiu permanecer.

Há dois anos, ela mora em São Paulo, onde estuda Design Digital. Sua formação em Filosofia contribui para a profundidade conceitual de sua produção artística. Vestígios de um nascimento é uma exposição inédita e surgiu de um convite feito à artista por um amigo ludovicense em São Paulo, que falou sobre a cultura popular local e características sociais.

A exposição tem como proposta narrar, por meio de imagens, o ato de nascimento e está dividida em três partes. A primeira inclui quatro fotografias de pinturas que simulam as pedras do Vale da Lua, na cidade Alto Paraíso de Goiás, cuja forma particular associa-se à ‘plasticidade’ da placenta e do útero. A segunda parte inclui a fotografia “Representação apolínea do desejo intraoceânico pelo cheiro no teu pescoço”, que relaciona arte grega, amor e saudade da artista de sua terra natal, a Itália.

Fruto de uma viagem da artista entre as cidades de São Paulo e São Luís, a terceira parte é um livro fotográfico com registros de vários lugares onde uma foto dos olhos da autora foi afixada. “Essa prática decorre do desejo de deixar um rastro do meu caminhar e de criar um relacionamento existencial e íntimo com o lugar que meus olhos tocaram, através da captura fotográfica, produzindo um curto-circuito”, conta. Há também um vídeo em que a foto dos olhos da autora boia nas águas da Fonte do Ribeirão.

“A minha produção artística é uma necessidade, nasce de uma dor, preciso me livrar dela e faço isso produzindo obras. Eu deixo aberto para o espectador interpretar livremente as peças, porque não acho que uma obra de arte tem que ter uma explicação única. A arte tem ambiente de pensamento livre. Há nas peças espaços limpos com uso de luz que proporcionam meditação”, explica.

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