Famílias do município de Godofredo Viana, no Maranhão, ocuparam na tarde da segunda-feira (15) a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) exigindo água potável para suas casas. Desde o rompimento da barragem Equinox Gold, no distrito de Aurizona, 1500 famílias estão em contato direto com lama tóxica.
Os manifestantes exigiam diálogo com o secretário de Meio Ambiente, Diego Rolim, que se comprometeu a solicitar à Prefeitura de Godofredo Viana a suspensão das obras da mineradora. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Sem Terra (MST) e diversas outras organizações estiveram presentes.
O crime ambiental ocorreu em 25 de março do ano passado, atingindo a Lagoa Pirocaua e o reservatório de captação de água da cidade. Até hoje, os moradores da região estão com as fontes de água, solo e ar contaminados. Além disso, há dezenas de casas rachadas por conta da explosão de dinamites feita pela mineradora, as famílias não têm acesso à mata e têm medo constante de um desmoronamento das pilhas de estéril.
Os movimentos cobram da secretaria a revisão dos licenciamentos ambientais expedidos à empresa e uma atitude energética para garantir os direitos das famílias de Godofredo Viana, já que a mineradora continua agindo, apesar do acontecido. “Mesmo com interdição da área do rompimento feita pela SEMA, a mineração ainda faz modificações”, conta Dalila Calisto, da Coordenação Nacional do MAB.
O caso está sendo acompanhado pela Defensoria Pública do Estado, por meio da defensora Clarice Binda. Uma audiência pública sobre a situação acontece na tarde desta terça-feira (15) na Assembleia Legislativa do Maranhão.