sexta-feira, 29 de março de 2024

FIEMA, Sindicanálcool e UFMA estudam a criação do Comitê Interinstitucional de Bioenergia

O Sindicato dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Maranhão e do Pará (Sindicanálcool), filiado à Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), reuniu esta semana várias instituições visando à criação do Comitê Interinstitucional de Bioenergia. Recentemente, o sindicato e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) assinaram protocolo de intenções. O objetivo é tornar o Comitê realidade, aproximar a academia da indústria e fortalecer o setor sucroalcooleiro no Maranhão e Pará, que gera mais de 12,7 mil postos de trabalho diretos e indiretos.

Além de açúcar, o setor sucroalcooleiro produz etanol anidro e hidratado. O etanol está presente na gasolina (27%) e no biodiesel (10%). Quando comparado com a gasolina, o etanol emite 90% menos CO2 e suas emissões são compensadas pelas plantações de cana-de-açúcar.

Atualmente, seis empresas estão associadas ao sindicato, sendo cinco no Maranhão e uma no Pará. A área total cultivada por elas é de 50 mil hectares e a moagem da cana chega a quase 4 milhões de toneladas. A produtividade média é de 153 mil kg por hectare. São produzidos 154 mil quilos de açúcar, 198 mil litros de etanol anidro e 27 mil litros de etanol hidratado.

O presidente do Sindicanálcool, Milton Campelo, explicou que o Comitê Interinstitucional de Bioenergia vai aproximar a academia do setor sucroalcooleiro visando à geração de pesquisas em diversas áreas. “Estamos vivendo uma transição energética. Cada vez mais o mundo exige a redução da pegada de carbono, a diminuição da poluição ambiental e do aquecimento global. A nossa atividade tem grande convergência com essas questões de interesse ambiental”, destacou.

Alguns dos desafios do setor sucroalcooleiro passam pelo aumento da produtividade, expansão da produção, atração de novos players para os dois estados, melhoria da qualidade das mudas e pelo estímulo às pessoas para que usem etanol nos seus veículos. “Etanol é uma tecnologia nossa, brasileira, e precisamos nos apropriar disso. E o Maranhão tem água, solo apropriado e terra disponível para expansão”, lembrou o presidente do Sindicanálcool.

Além das instituições de ensino e das secretarias de governo e de órgãos ambientes, o Comitê Interinstitucional de Bionergia irá contar com a colaboração do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc). Talita Carvalho, presidente da instituição, disse que o Imesc já possui estudos sobre várias cadeias produtivas e um amplo conjunto de informações sobre solo, clima, potencialidades agrícolas, entre outros. “Outras pesquisas podem ser produzidas e toda a nossa base de dados colocada à disposição do setor produtivo e do governo. Ao mesmo tempo em que olhamos para a geração de riqueza, ela deve ser distribuída à população mais carente”, explicou Talita. Essa é uma estratégia para desenvolver socialmente os municípios nos quais os empreendimentos estão instalados.

A representante da UFMA, Mikele Cândido, disse que o Comitê é plural e que conta com a participação do setor produtivo, da academia, do governo e do terceiro setor. “Por meio desse trabalho podemos encontrar soluções para as dores do setor, como dificuldade de automação de processos produtivos, a aquisição de selos ambientais, a captação de recursos para pesquisas e a produção de novos combustíveis a partir do etanol’, enumerou Mikele. Uma das primeiras missões do Comitê será a realização do I Seminário Maranhense de Bioenergia, em 2023.

A reunião aconteceu na FIEMA telepresencialmente com a participação de representantes da UFMA, UEMA, FAPEMA, SEINC, IMESC, SINDIREPA, FAEMA, CIMAR, SAGRIMA, SEDEPE, IMESC, Promotoria Estadual de Meio Ambiente, Fórum Estadual de Meio Ambiente, entre outras.

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