quinta-feira, 28 de março de 2024

Já ouviu essa? Frases de candidatos à Presidência viram lemas na campanha

Quem acompanhou os últimos debates e propagandas eleitorais dos candidatos à Presidência da República percebeu o quanto alguns termos são repetidos insistentemente pelos presidenciáveis. Veja nas imagens a seguir algumas frases que se tornam até lemas para as campanhas. 

No caso do candidato do PSDB, Aécio Neves, é comum ouvir em seus pronunciamentos palavras como ‘ética’, ‘eficiência’ ‘descentralização’ e ‘meritocracia’. O tucano sempre usa frases de impacto para ressaltar seus posicionamentos sobre economia, segurança, educação e saúde. Uma dos jargões mais utilizados pelo ex-governador de Minas Gerais é “a boa política”. Recentemente durante uma entrevista, o peessedebista afirmou ser de “uma terra que sempre ensinou que existe a boa e a má política”.

 

Quando o assunto é economia, o senador mineiro é taxativo em suas propagandas eleitorais exibidas na televisão. Em um dos vídeos, Aécio declara que o “Brasil precisa voltar a crescer”. Em visita a Cascavel (PR) no começo de setembro, o candidato tocou novamente no assunto. “Estamos prontos para garantir que o Brasil volte a crescer, gerar empregos, melhorar a saúde, investir, e assumir a liderança da condução da questão da segurança pública, onde também houve uma grande omissão desse governo”, concluiu.

Para atacar o atual governo, Aécio também recorre às frases de efeito. Ultimamente, o alvo tem sido as denúncias de corrupção na Petrobras. Sempre que pode, o tucano alfineta a presidente Dilma Rousseff e cobra explicações da petista sobre o caso. “Se não teve ali benefícios pecuniários, que eu não acredito que a presidente tenha tido, ela teve o benefício político de uma base de sustentação formada, construída e forjada a partir dos desvios de dinheiro público”, acusou o candidato da Coligação Muda Brasil em Goiânia (GO) em comício. Em um corpo a corpo com eleitores em Belém (PA), o ex-senador voltou a criticar Dilma. “Não acredito que a presidente da República tenha recebido recursos desse esquema. Mas, do ponto de vista político, ela foi beneficiária sim e tinha a obrigação de saber aquilo que acontece no seu entorno”, apontou.

Outra candidata que não foge das acusações é a candidata do PSB, Marina Silva. Aécio usa termos como ‘incoerência’ e ‘contradições’ ao se referir à ex-senadora. Uma das principais discussões envolve o cultivo de transgênicos no país. Na capital goiana, o ex-governador acusou Marina de mudar seus posicionamentos políticos de acordo com as circunstâncias.  “Acho que a Marina, por mais que tenha boas intenções – e todos temos boas intenções –, não consegue superar as suas enormes contradições. Qual é a Marina que vai disputar as eleições? É a Marina que hoje abre os braços para o agronegócio, ou é a Marina que, em 1999, apresentou um projeto proibindo o cultivo de transgênicos no País”, provocou.

 

Candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff também usa termos recorrentes em seus pronunciamentos. Entre eles, a atual presidente sempre utiliza o termo ‘tarifaço’ para dizer que os outros candidatos vão aumentar os impostos e os preços dos produtos caso sejam eleitos. Durante comício em Pernambuco, a petista afirmou que os governos anteriores ao do PT adotaram medidas que “quebraram o país três vezes diante da crise. A receita era reduzir salários, aumentar tributos e dar tarifaços”. Em encontro com taxista em SP, Dilma voltou a usar o termo. “Não vai haver tarifaço. Pode haver um aumento no preço da gasolina, isso é uma coisa. Outra coisa é dar tarifaço de 40, 50 porcento como alguns pretendem”.

Não é raro ouvir Dilma chamar seus adversários políticos e oposicionistas de ‘pessimistas’. O próprio candidato do PSDB, Aécio Neves, sempre diz em seus discursos que “o governo me acusa de pessimista”. Acompanhada do ex-presidente Lula em comício na capital paraense, Dilma defendeu que seu governo manteve a “menor taxa de desemprego de toda a nossa história”, e vai “continuar criando empregos, apesar dos pessimistas”.

 

Foco central dos últimos embates entre os presidenciáveis, a independência do Banco Central tem gerado troca de farpas entre os candidatos. A tão discutida “autonomia do Banco Central” está cada vez mais comum declarações de Dilma Rousseff. “Nós não achamos necessário autonomia do Banco Central. Ela (Marina Silva) diz que eu corroeria a autonomia do Banco Central”, respondeu Dilma em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada. Em sua propaganda eleitoral exibida na TV o locutor anuncia que “Marina tem dito que, se eleita, vai fazer a autonomia do Banco Central”.

O número de ministérios também tem se tornado o centro das discussões entre os candidatos. Em discurso na Bahia, a candidata petista defendeu a criação da Secretaria da Igualdade Racial e disse que “tem gente hoje que quer acabar com esse status de ministério”. Em encontro com trabalhadores rurais em Brasília, a presidente também se posicionou à favor da criação de algumas pastas. “Eu perguntei para aqueles que propõem fechar ministérios, quais ministérios eles queriam fechar. O primeiro nome foi o do MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário]. Eles acham que o MDA não tem nada de diferente do MAPA [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento]”

 

 

Já Marina Silva sempre repete “o entulho da velha política está atrapalhando o Brasil, porque não se discutem propostas”. A candidata do PSB, Marina Silva, emplacou nos debates termos como ‘velha política’, ‘polarização’ e ‘governar com os melhores’. Logo no lançamento da aliança entre PSB e a Rede Sustentabilidade, Marina lançou o que seria um marco em seus pronunciamentos: ‘Velha política’. “O entulho da velha política está atrapalhando o Brasil porque não se discute propostas”. Na estreia do programa eleitoral gratuito para TV, a ex-ministra afirmou que é necessário “superar a velha política”.

Outra frase recorrente nos discursos da candidata é a “polarização PT-PSDB”. Em entrevista à uma rádio, Marina se definiu como uma nova alternativa para os eleitores ao apontar que os candidatos Aécio Neves e Dilma Rousseff “querem manter tudo no controle entre a polarização PT-PSDB, porque se sentem muito confortáveis”. Ao criticar o apoio do PSB ao PSDB em São Paulo, Marina usou o termo para pedir uma “alternativa que supere a velha polarização PT-PSDB”.

Ultimamente a ex-senadora tem afirmado que vai ‘governar com os melhores’ quando questionada sobre sua equipe de governo, caso eleita. Em entrevista ao Jornal da Record, Marina disse que irá “governar com os melhores e fazer um governo para todos”.  

 

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