Uma possível ruptura política entre membros do legislativo e poder executivo municipais foi assunto nos bastidores da Câmara dos Vereadores de São Luís. Nesta quarta-feira (26), ela ficou evidente na tribuna: o vereador Raimundo Penha (PDT), líder do governo de Eduardo Braide na Casa, se queixou das tentativas frustradas de diálogo que ele e outros vereadores têm tido com a prefeitura.
“Não vai ter articulação política na educação se a secretária não abrir a agenda dela pra atender. … Nesta casa não vai ter líder de governo bom se o secretário de governo não atende e não abre a agenda. Que política é essa?”, questionou Penha.
Raimundo Penha mencionou a falta de retorno do executivo até em relação a projetos já aprovados pela Câmara. “No momento de veto de um Projeto de Lei, eu entendo que tenha que haver um diálogo com aquele vereador para explanar por que o projeto foi vetado e o que pode ser feito para aproveitar aquela ideia” opina o vereador do PDT.
O vereador Octávio Soeiro (Podemos) afirmou ter a mesma dificuldade principalmente com a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte e a Secretaria Municipal de Educação. Segundo Soeiro as Escolas Comunitárias estão a dois anos sem receber recursos, que é um recurso federal do FUNDEB. “A gente precisa desburocratizar isso”, diz.
Raimundo Penha já é o segundo líder do governo de Eduardo Braide na Câmara. O primeiro foi o vereador Marcial Lima, que deixou a liderança em março deste ano por insatisfações com atitudes do prefeito em relação à greve de ônibus na época. A insatisfação dos vereadores com a prefeitura hoje tem outro motivo, mas que já é reclamação na Casa há meses.
Questionado sobre a possibilidade de deixar a liderança, Penha reforçou que, sem o apoio da maioria, não tem como governar. “Líder de governo é líder de maioria; governo pra governar tem que ter a maioria. O que eu tenho falado ao prefeito é que a base do governo está insatisfeita. O que nós estamos trazendo aqui é um alerta; estou falando de governabilidade”, conclui o líder do governo.