segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Livro “O pequeno príncipe” faz 80 anos marcando gerações

Gerações de leitores grandes e pequenos têm se fascinado com a filosófica fantasia infantil de Antoine de Saint-Exupéry, traduzida para 340 línguas. Uns aprendem como é ser adulto, outros relembram o que é ser criança.

O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, conta a história de um garoto que vive num planeta minúsculo, com uma rosa exigente, dois vulcões ativos e um extinto, além dos pés de baobá, que ele vive combatendo. A flor e o principezinho não se dão bem, ela é rabugenta e exigente. Então ele decide partir, numa viagem em que pesquisa sete planetas. A última estação é a Terra, onde ele encontra um aviador que fez um pouso forçado no deserto.

Agora, 80 anos após o lançamento da primeira edição, em 6 de abril de 1943, ao darmos mais uma chance a esse conto da carochinha moderno percebemos a linguagem simples, os desenhos singelos – eles enganavam.

Não é uma história infantil, mas, antes, uma lembrança do nosso lado infantil. O livrinho trata das questões realmente grandes, que só os adultos se colocam, como amor, solidão, morte. Então, não é de espantar que eu, menina da escola primária, houvesse sentido nitidamente: aqui está se falando de algo importante, algo que eu (ainda) não posso entender. A leitura por um adulto, em tom sério, me espantou.

Último livro de um apaixonado aviador francês, O pequeno príncipe foi primeiro lançado em Nova York. Quando, três anos mais tarde, saiu a edição francesa, o hoje celebrado autor não estava mais lá para vê-la: em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, ele saíra num voo de reconhecimento e nunca mais retornara.

Amor pela aviação, literatura como hobby

A carreira de piloto de Antoine de Saint-Exupéry, nascido numa família nobre de Lyon em 29 de junho de 1900, começou com voos sobre Paris, para turistas. Na década de 1920, ele trabalhou sucessivamente em Toulouse, Casablanca e Dacar, e assumiu a chefia do aeroporto do então Protetorado Espanhol em Marrocos, onde salvou diversos colegas forçados a pousar no deserto.

Mais tarde transferiu-se para a Argentina, onde atuou como correio aéreo noturno. Em suas repetidas tentativas de estabelecer recordes de voo, sobreviveu a duas quedas: entre Paris e Saigon, e entre Nova York e a Terra do Fogo. Quando a Segunda Guerra começou, em 1939, foi recrutado e presenciou a blitz aérea das Forças Aéreas alemãs no nordeste da França.

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