Vírus que causa infecções respiratórias tem se espalhado na China; especialistas consideram que risco de pandemia é baixo.
A China está enfrentando um aumento significativo de infecções pelo metapneumovírus humano (HMPV), especialmente nas regiões do norte do país. Este vírus respiratório, identificado há cerca de 24 anos, geralmente causa sintomas semelhantes aos de um resfriado comum, como tosse, febre e congestão nasal. No entanto, pode levar a condições mais graves, como bronquite ou pneumonia, particularmente em crianças pequenas, idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
As autoridades chinesas relataram que, na semana de 16 a 22 de dezembro de 2024, o HMPV foi responsável por 6,2% dos testes positivos para doenças respiratórias e 5,4% das hospitalizações relacionadas a essas doenças, superando infecções por COVID-19, rinovírus ou adenovírus nesse período.
Embora o aumento dos casos tenha levado a preocupações sobre a capacidade dos hospitais, especialistas afirmam que o HMPV não representa uma ameaça de pandemia semelhante à da COVID-19. A maioria dos casos é leve e autolimitada, com duração de dois a cinco dias. No entanto, é importante que medidas de higiene, como lavar as mãos regularmente e evitar contato próximo com pessoas infectadas, sejam adotadas para reduzir a propagação do vírus.
Atualmente, não há vacina ou tratamento antiviral específico para o HMPV. O manejo dos sintomas inclui repouso, hidratação e, em casos mais graves, suporte médico adequado. Pesquisas estão em andamento para o desenvolvimento de testes mais acessíveis e vacinas eficazes contra o HMPV, o que pode trazer benefícios significativos para a saúde pública no futuro.
Surgimento
A descoberta do HMPV foi em 2001 na Holanda e, deste então, detectada em vários paises do continente , como Índia, Inglaterra, Austrália e Chile. No Brasil, foi identificado em um paciente pela primeira vez em 2004.
Desde então, vírus se tornou bastante presentes no território nacional desde aquele ano, explica o virologista Flavio Fonseca, professor do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Dai por diante, alguns poucos estudos foram realizados, mas mostram a circulação bem prevalente desse vírus, variando de 19% até mais de 50% [da população], dependendo da região, e presente em várias partes do Brasil, do Nordeste ao Sul”, descreve Fonseca.“
Na pesquisa do professor, as chance desse vírus se manifestar e se caracterizar igual ao Sars-CoV-2, como aconteceu com o vírus de 2019, são muito pequenas.
“As pessoas já apresentam uma certa imunidade natural contra ele. Isso é diferente da Covid-19, que era um vírus recente, sem imunidade pré-existente, por isso causou a manifestação pandêmica. Esse é o ponto positivo que supõe que provavelmente esse vírus não terá o mesmo comportamento global e não se transformará em uma pandemia.”
O professor Fonseca diz mais, que embora existam alguns casos graves relacionados a essa infecção, a maioria das infecções é leve, como um resfriado ou uma infecção do trato respiratório superior, isso se torna um ponto importante.
Pelo mesmo ponto de vista das pesquisas, as pessoas mais vulneráveis, como crianças, idosos ou pessoas com imunossupressão, apresentaram maior risco de desenvolver complicações graves.
“É necessário estudar as causas do que causou o aumento brusco de casos, principalmente na China, e investigar se houve alguma mutação que tenha levado a esse aumento de infecções. Portanto, até o momento não foi conseguido uma resposta“
“Dentre todo esse contexto, é preciso que entre os virologistas, exija uma investigação mais aprofundada para não recorrer o mesmo impacto da Covide 19, e a preocupação Global está mais relacionada ao nível de vigilância atual, porque o que está acontecendo na China é grave.