O atual Ministro do Planejamento, Romero Jucá, sugeriu que criassem um pacto para tentar parar as ações da Operação Lava-Jato durante conversa telefônica, gravada, com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. A gravação da conversa entre Jucá e Machado foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo.
No diálogo, Jucá diz a Machado que uma “mudança” no governo Federal seria um pacto para “estancar a sangria”, representada pela Operação Lava-Jato. Tanto Jucá quanto Machado são investigados pela operação da Polícia Federal. A conversa durou 1h15 e foram repassadas à Procuradoria-Geral da República (PRG).
Machado passou a procurar líderes do PMDB porque temia que as apurações contra ele fossem enviadas de Brasília para a vara do juiz Sergio Moro, em Curitiba (PR). Em um dos trechos da conversa, o ex-presidente da Transpetro diz a Jucá: “O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. […] Ele acha que eu sou o caixa de vocês”.
O atual ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária “uma coisa política e rápida”.
“Eu acho que a gente precisa articular uma ação política”, concordou Jucá, que orientou Machado a se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP).Machado quis saber se não poderia ser feita reunião conjunta. “Não pode”, disse Jucá, acrescentando que a ideia poderia ser mal interpretada.
Defendendo-se, Jucá alegou que ao falar em “estancar sangria, não me referia à Lava-Jato. Falava sobre a economia do país e entendia que o governo Dilma tinha se exaurido. Entendia que o governo Temer teria condição de construir outro eixo na política econômica e social para o país mudar de pauta”, diz.
O atual ministro afirmou que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caísse nas mãos de Moro. “Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá, um dos articuladores do impeachment de Dilma. Machado respondeu que era necessária “uma coisa política e rápida”.
“Eu acho que a gente precisa articular uma ação política”, concordou Jucá, que orientou Machado a se reunir com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e com o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Machado quis saber se não poderia ser feita reunião conjunta. “Não pode”, disse Jucá, acrescentando que a ideia poderia ser mal interpretada.
Sobre o ‘esquema do Aécio’ citado por Sérgio Machado, o ministro diz que o ex-dirigente da Transpetro citava a articulação que ajudou o senador do PSDB a elegê-lo como presidente da Câmara quando ele era líder do PSDB e Jucá, vice-líder.
Machado presidiu a Transpetro, subsidiária da Petrobras, por mais de dez anos (2003-2014), e foi indicado “pelo PMDB nacional”, como admitiu em depoimento à Polícia Federal. No STF, é alvo de inquérito ao lado de Renan Calheiros. Jucá é alvo de um inquérito no STF derivado da Lava-Jato por suposto recebimento de propina. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em delação que o peemedebista o procurou para ajudar na campanha de seu filho, candidato a vice-governador de Roraima, e que por isso doou R$ 1,5 milhão.