O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou no último sábado (7), o início do cumprimento da pena de 10 anos de prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), convertendo sua prisão de preventiva para definitiva. A decisão também oficializa a perda de seu mandato parlamentar.
O STF encaminhará à Câmara dos Deputados a documentação do julgamento para que a Mesa Diretora declare a extinção do mandato. Além disso, Moraes ordenou que o Ministério da Justiça tome as providências necessárias para solicitar a extradição da deputada, que está na Europa desde que foi condenada.
A parlamentar foi sentenciada por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a mandante da ação, executada pelo hacker Walter Delgatti Netto, e teria planejado inserir um falso mandado de prisão contra o próprio Moraes, entre outras fraudes.
A Primeira Turma do STF confirmou por unanimidade a condenação, que incluiu, além da pena de prisão, multa de R$ 2 milhões e perda dos direitos políticos. Com a nova decisão de Moraes, o cumprimento da pena passa a ser imediato, sem necessidade de aguardar a publicação do acórdão.
Zambelli deixou o Brasil duas semanas após a condenação e afirmou estar na Europa, sem revelar o país. Com cidadania italiana, ela acredita não poder ser extraditada — o que será analisado pelas autoridades internacionais. Seu nome já foi incluído na lista de procurados da Interpol.
Além desse caso, a deputada responde a outro processo no STF, por ter sacado uma arma e perseguido um jornalista em 2022. O julgamento está suspenso após um pedido de vista, mas já tem maioria formada para nova condenação.
