domingo, 22 de dezembro de 2024

Mulheres discutem participação na política e importância do voto

Nesta sexta-feira (27), aconteceu o “Seminário Estadual Mais Mulheres na Política”, no auditório Neiva Moreira, prédio de Comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão. A mobilização foi da Frente Maranhense Mais Mulheres na Política, que programa para o sábado (28) a “Caminhada Mais Mulheres na Política”, com concentração agendada para às 8 horas no Complexo Deodoro, Centro de São Luís-MA.

A Frente Maranhense Mais Mulheres na Política é uma iniciativa suprapartidária e de construção coletiva que reúne instituições públicas, entidades privadas e sociedade civil que tem por objetivo incentivar as mulheres a usarem o voto de forma ativa e estimular o debate.

Presente ao evento, a representante do Instituto Jackson Lago, Clay Lago, pontuou a importância de a mulher participar da política, mesmo não tendo um cargo: “Mesmo não tendo cargo eletivo, você faz política no dia a dia, não é obrigado voce ter um cargo, é muito bom que tenha, mas você pode ser política do mesmo jeito, você participar, se formar, conviver com as mulheres, ver a necessidades que elas tem e ao mesmo tempo lutar para que essas necessidades sejam superadas”.

Para a secretária de estado da Mulher, Célia Salazar, é necessário um movimento para que se possa incluir mais mulheres na política: “Nós mulheres, em termos quantitativos somos a maioria, a maioria populacional e a maioria das eleitoras, em termos de representatividade estamos muito aquém dos homens, então nada mais justo, importante e fundamental que nesse momento da política a gente faça esse grande movimento pra que a gente possa incluir mais mulheres na política e também em outro patamar fazer com que mais mulheres votem, votem com consciência, comprometidas com aqueles candidatos que estiverem comprometidos com a pauta das mulheres”, frisou.

MAIS ESPAÇOS PARA AS MULHERES

De acordo com a especialista do Banco Mundial, Paula Tavares, as mulheres são a maioria da população e 52% do eleitorado brasileiro, e ainda assim representam apenas 15% de parlamentares, 11% de ministros, e só ocuparam o cargo de chefe de Estado uma vez.

Já quando a pesquisa é feita no mercado de trabalho, as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil, de acordo com dados da Grant Thornton, em um levantamento realizado com cerca de 250 empresas.

Para a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira e presidente do Conselho Penitenciário do Maranhão, Susan Lucena, as mulheres ainda ocupam de forma muito tímida, espaços de poder e decisão. Ela pontua que é muito importante deixar claro que não existem espaços vazios, hoje eles estão majoritariamente ocupados por homens: “Somos 52% da população, e durante muito tempo que nos coube foi o espaço privado, o espaço de dentro de casa, então quando nós saímos para o espaço público causou estranheza e até hoje ainda tentam colocar na cabeça das pessoas que o lugar da mulher não é na política, na gestão, não são os espaços públicos, por isso a gente precisa discutir essa temática, colocar de uma forma muito incisiva que nós precisamos ocupar esses espaços, porque infelizmente a cada avanço que a gente tem, tem retrocessos”, pontua.

Sobre as leis, Susan lembra que são os homens quem estão criando as leis, que estão nos espaços de poder. “Eles não vão criar leis para saírem dos espaços”, diz e alerta para uma realidade que acontece em todo o Brasil: “Infelizmente hoje os recursos das campanhas das mulheres, estão passando pelas conta das mulheres e sendo gastos nas campanhas dos homens, isso foi identificado em todo país. Mulheres estão sendo candidatadas, sem saber que estão são candidatas, cometendo crime de falsidade ideológica então são muitas as ações e formas de burlar o sistema para que as mulheres de fato não ocupem espaços de poder. Então é por isso que a gente está aqui hoje para cada vez mais se posicionar e dizer que lugar de mulher é onde ela quiser”, enfatiza.

A coordenadora do coletivo de Mulheres com Deficiência no Maranhão, Isabelle Passinho, lembra da importância da ampliação da participação feminina e faz o recorte para a mulher com deficiência: “É fundamental que a gente una esforços com toda diversidade de mulheres para que a gente reflita sobre isso e também reflita ações concretas que possam ampliar a participação feminina na política, apesar de nós sermos 52% do eleitorado, nós não chegamos a alcançar nem 15% dos assentos de decisão e quando eu passo para este recorte de mulheres com deficiência, a gente não chega a 1%”, relata. Ela conclui: “Isso acaba refletindo na ausência de políticas públicas, que possam alcançar toda a diversidade feminina, então pra nós é fundamental esse momento de unidade em que esse movimento suprapartidário fortalece as candidaturas femininas e reúne as mulheres para dizer que nós estamos aqui não apenas para tirar foto, mas para ocupar o espaço de decisão”.

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