quarta-feira, 8 de maio de 2024

“Mulheres mais renda” quer combater pobreza menstrual e garantir dignidade feminina

As mulheres mais pobres têm um esforço econômico 16 vezes maior para conseguir comprar produtos de higiene pessoal, comparado com a população feminina de maior renda. Mulheres que não têm acesso a água tratada comprometem uma parcela maior da renda com a compra de absorventes e coletores menstruais, o impacto é 36% superior. Para aquelas que vivem sem banheiro em casa, o esforço econômico é 64% maior.

Os dados são do estudo “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”, conduzido pela BRK, empresa privada de saneamento presente em mais de 100 municípios brasileiros, traz uma análise inédita relacionada à pobreza menstrual.

ACESSO À HIGIENE MENSTRUAL

A Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2014, considera o acesso à higiene menstrual um direito que precisa ser tratado como saúde pública e uma questão de direitos humanos. A maioria das meninas passará boa parte de sua vida escolar menstruando, já que, segundo a PNS 2013, 90% das brasileiras têm sua primeira experiência menstrual entre 11 e 15 anos de idade. Por isso é necessário que produtos como papel higiênico, absorventes, tampões íntimos e coletores menstruais sejam considerados itens de primeira necessidade, uma vez que eles garantem às mulheres a liberdade de ir e vir, trabalhar, estudar e são instrumentos que vão além da higiene, pois garantem a dignidade dessas pessoas.

MULHERES MAIS RENDA

Neste cenário, a responsável pelos serviços de água e esgoto em Paço do Lumiar e São José de Ribamar, realiza o projeto Mulheres Mais Renda, em parceria com a Rede Asta, envolvendo costureiras dos dois municípios. A Rede Asta é uma organização social que, há 16 anos, trabalha o empreendedorismo feminino, treinamentos e a conexão de produtoras de baixa renda com o mercado.

“O projeto Mulheres Mais Renda tem dois grandes objetivos: A geração de renda para as costureiras participantes, que irão produzir os absorventes de tecido reutilizáveis, e a doação desses absorventes às mulheres e adolescentes em situação vulnerável, que não tem recursos para comprá-los. A parceria com a BRK no Maranhão permitirá levar proteção e saúde a estas mulheres e mitigar os efeitos da pobreza menstrual, que leva a 62% das adolescentes a perderem até 45 dias de aulas por ano pela falta de condições básicas de higiene”, explica Miriam Lima, sócia da Rede Asta.

Representantes da BRK e costureiras com o kit contendo material para produção
dos absorventes reutilizáveis. Foto: Divulgação

Trinta artesãs de cada município – Ribamar e Paço do Lumiar – foram selecionadas e receberão os kits de apoio para a confecção dos absorventes, como tecidos, moldes, botões e um manual de instrução. Cada artesã produzirá 280 unidades por mês, e durante os dois meses do projeto, serão produzidos mais de 33 mil absorventes, que serão distribuídos para 8400 jovens de São José de Ribamar e Paço do Lumiar.

Com informações da Ascom

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