O problema da Violência não é de polícia. Não é a polícia que vai resolver. O papel da polícia é o controle e a prevenção. A Violência é endêmica e tem origem no meio social e econômico. Passa pela questão do trato dado à Saúde e à Educação, entre outras pastas. A violência não tem classe social, mas afeta as classes sociais de maneiras diversas. Em muitas situações é invisível, como nos “crimes do colarinho branco”.
No maranhão, a violência foi pega pelo trem da tristeza, ou pelo ônibus. São duas situações semelhantes. Nos anos de 2013 e 2014, no governo Roseana, a violência atingiu um pico assustador. Já vinha dando o ar da desgraça no decorrer daquele governo, que foi marcado por mortes estúpidas no interior do sistema carcerário. Cenas de horror, com tortura, humilhação e cabeças decepadas. O crime organizado ordenando ataques pontuais, com ônibus incendiados e mais mortes.
Desesperada, a governadora Roseana, junto com seu Secretário de Segurança impávido, foi correndo ao ministro da justiça, pedindo ajuda, sem saber o que fazer. Seguiram-se cenas tristes, com declarações tristes da governadora, tais como “estou perplexa”, “estou revoltada”, estas tiradas de um vídeo institucional de qualidade caseira, onde a governadora aparecia ladeada pela cúpula da segurança, todos visivelmente embaraçados. Da mesma forma que o Ministro da Justiça aparecia, também, encabulado, enquanto a governadora pronunciava revoltas pueris em outra declaração para a imprensa. Enfim, o que se viu foi um ajunte de autoridades e especialistas, que mais se amontoaram sobre os problemas do que os resolveram de fato.
Neste ano e pouco do governo Flávio Dino veem-se posturas muito diferentes em relação ao combate à violência. Não é o governador do Maranhão que vai apresentar uma solução definitiva para um dos mais graves problemas do mundo e da humanidade. Como disse lá em cima, a violência não é um mero caso de polícia.
Os ataques perpetrados ontem, com o incêndio de ônibus teve um tratamento bem diferente. Primeiro o governador passou a madrugada planejando e executando, junto com seus gestores, as soluções imediatas dos problemas. Em algumas horas, vários suspeitos já estavam detidos. Hoje, durante todo o dia a polícia vasculhava bairros e avenidas, mostrando para os criminosos que no governo e na polícia não há mais perplexidade.
Essa é a diferença, Flávio Dino vai pra guerra e soldados bem comandados não abrem nem pro trem, nem pra ônibus, nem chama o governo federal. Cabe a nós, trabalhadores, cidadãos de bem, vítimas primeiras da violência, nos irmanarmos numa ação colaborativa, como fazem motoristas, trocadores e empresários do transporte coletivo e partirmos para a luta, que somos maiores que qualquer sabotador e que qualquer criminoso.