sábado, 28 de dezembro de 2024

Nível de endividamento em São Luís é o menor desde maio de 2020

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de maio mostra que, pelo 14º mês consecutivo, o nível de famílias endividadas caiu em São Luís. Com o percentual de 73,7% das famílias nesta condição, o resultado é o menor patamar desde maio de 2020, quando o índice era de 73,3%. Os dados apurados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Maranhão (Fecomércio-MA) revelam ainda que, desde o início da série histórica do levantamento, nunca o grau de endividados na capital maranhense caiu por tanto tempo consecutivo.

Em maio, a Peic apresentou recuou de -0,67%, ainda assim o endividamento atingiu um 229,1 mil famílias ludovicenses. Em abril, o número daquelas que declararam estar endividadas foi de 230,4 mil, ou seja, uma redução absoluta de 1,3 mil famílias, na passagem mensal.

Outro dado importante apresentado pela pesquisa é que desde janeiro de 2022, o nível de endividamento em São Luís é menor que a média das capitais. No Brasil, cerca de 12,7 milhões de famílias se declaram estar endividadas. Isto representa 77,4% do total de entrevistadas, em um cenário com tendência de alta no endividamento a nível nacional, conforme apontam os dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Em relação à inadimplência em São Luís – famílias endividadas com contas em atraso – a Peic registrou aumento de +0,27% em maio, encerrando o mês com 33,4% delas declarando ter contas atrasadas. Apesar da alta sucinta, a tendência para a taxa de inadimplência na capital maranhense também é de queda, panorama que permanece desde agosto de 2021. Em nível nacional, a perspectiva é oposta, uma vez que o índice das demais capitais tem apresentado crescimento desde outubro de 2021, atingindo 28,7% das famílias no seu patamar mais recente (maio).

As causas para as quedas simultâneas do endividamento e inadimplência em São Luís estão atreladas à recuperação econômica, que ao final de 2021 passou a ter um movimento mais concreto. “Nos meses mais duros da pandemia, as famílias ludovicenses se utilizaram do crédito para financiar o consumo mensal e a manutenção do custo de vida, o que implicou em uma trajetória explosiva do endividamento. A escassez de renda naquela época também impediu que estas famílias pudessem honrar seus compromissos, levando a inadimplência a patamares excepcionais”, avalia o presidente da Fecomércio-MA, Maurício Feijó.

Nível de endividamento

Um dos fatores que contribuíram para que a Peic permanecesse a sua série de retração está ligado ao nível de endividamento (quando a renda mensal da família está comprometida com dívidas como cheques, cartões de crédito, carnês, financiamento etc.). O indicador de famílias ‘Pouco Endividadas’ cresceu +1,6% entre abril e maio, saltando de 31% para 31,5%. As famílias que declararam ‘Não ter Dívidas’ no mês também teve alta +1,9% na passagem mensal, saindo do patamar de 25,7% para 26,2%. Juntos, os dois indicadores atendem à fatia 57,7% das famílias entrevistadas.

Um dos fatores que têm retirado cada vez mais as famílias ludovicenses dos registros da inadimplência e endividamento é a crescente geração e manutenção dos empregos nos últimos meses, que possibilita a ampliação do rendimento médio na cidade. Com isso, as famílias passam a ter mais espaço na sua renda para consumir sem precisar utilizar o crédito, além de ter margem orçamentária para honrar as contas.

Cartão de crédito

O principal responsável pelo endividamento do ludovicense continua sendo o cartão de crédito, declarado por 64,4% das famílias. Seguindo a tendência da Peic, as dívidas com esta forma de pagamento também apresentaram redução na passagem mensal de -1,6%. A alta dos preços, além do encarecimento dos juros, tem modificado a percepção dos consumidores sobre a utilização do crédito, de modo a cada vez mais evitar a utilização dos cartões de crédito neste momento.

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