quinta-feira, 1 de maio de 2025

O Brasil vai se beneficiar com sanções à Russia

Estamos presenciando o crescimento das sanções econômicas contra a Rússia, tanto ao governo quanto a classe empresarial que movimenta o Produto Interno Bruto (PIB) russo, situação que realmente está paralisando as finanças do país. Além disso, temos uma debanda das multinacionais europeias e americanas, movimento que vai impactar na cadeia de abastecimento de produtos e serviços e no resultado global dessas empresas, principalmente pela importância do tamanho do mercado russo.

Com isso, surgem oportunidades para o Brasil, principalmente com a urgência de realocação de capital dos grandes fundos e investidores russos para outros mercados que não aplicaram sanções. Ainda temos os investidores que estão deixando as bolsas europeias para buscar proteção em outras bolsas, como a do Brasil, que podem lucrar com a alta nos preços das commodities. Também temos as empresas que estão abandonando a Rússia, que precisam de um grande mercado consumidor e capacidade de crescimento como substituto.

O Brasil oferece esse grande mercado consumidor, condições para investimentos, proteção de capital com alta taxa real de juros e uma bolsa de valores que tem aproximadamente 40% das empresas ligadas às commodities, que podem proporcionar boas expectativas de lucros. A guerra está estimulando uma rápida escalada nos preços das principais commodities. Lembrando que temos alta capacidade de produção agropecuária, que são essenciais para a segurança alimentar global e uma grande reserva de insumos minerais e energéticos para indústria mundial.

Concluímos que o nosso país deve apresentar um resultado melhor do que as projeções do mercado, mesmo tendo um cenário inflacionário prolongado no Brasil e no mundo, em consequências da pandemia e guerra. Os sinais positivos já são percebidos atualmente pelo grande fluxo de entrada de dólares no país, proporcionando uma cotação do dólar mais baixa, em torno dos R$5,00. E deveram continuar até quando apresentarem uma solução para guerra, cenário que não acontecerá no curto prazo.

Wagner Matos – economista

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