Após investigações realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com apoio de instituições de segurança sanitária e da Petrobrás, foi constatado que o óleo que atingiu várias praias do litoral do país não é de origem brasileira. A mancha chegou a todos os estados do Nordeste, com exceção da Bahia. Ao todo, 105 localidades de 48 municípios foram atingidas. O monitoramento desses locais tem ocorrido desde o último dia 2 de setembro.
O petróleo foi encontrado em nove tartarugas, seis delas encontradas mortas. Uma das tartarugas atingidas foi vista na Praia de Itatinga, em Alcântara – localizada a 30 km de São Luís. O Portal Guará informou no começo desta semana que moradores utilizaram água da praia e areai para limpar o casco e rosto da tartaruga, que foi colocada de novo na água.
Ainda segundo o Ibama, uma ave foi encontrada morta em decorrência do óleo, mas não há evidências de contaminação de peixes e crustáceos. A avaliação da qualidade do pescado capturado nas áreas afetadas para fins de consumo humano é competência do órgão de vigilância sanitária.
Foi encontrado óleo em locais turísticos como Porto de Galinhas, em Ipojuca (PE); Boa Viagem, em Recife (PE); Pipa, em Tibau do Sul (RN); Tambaba e Praia do Amor, em Conde (PB); entre outras. Veja aqui a lista.
De onde vem o óleo?
A investigação do Ibama aponta que o petróleo que está poluindo todas as praias é o mesmo. Além disso, as análises mostraram que se trata de petróleo cru, ou seja, não se origina de nenhum derivado de óleo, como gasolina e outros. Sua origem ainda não foi identificada.
Mesmo sendo de origem estrangeira, os responsáveis estão sujeitos a multas de até R$ 50 milhões, em conformidade com a Lei de Crimes Ambientais, Lei 9.605/1988, segundo coordenadora geral de emergências ambientais do Ibama, Fernanda Pirillo.
O Ibama informou que requisitou apoio da Petrobras para atuar na limpeza de praias. Nos próximos dias, a empresa disponibilizará um contingente de cerca de 100 pessoas.
O Ibama orienta as pessoas que identificarem manchas de óleo em alguma praia a entrarem em contato com a prefeitura do local e com o instituto por meio da Linha Verde, no número 0800618080.
Tartaruga coberta de óleo no MA
Um vídeo que começou a circular nas redes sociais no domingo(23) chamou atenção e gerou preocupação. As imagens foram registradas na Praia de Itatinga, no município de Alcântara – distante 30 km de São Luís – e mostram uma tartaruga fora da água com o casco e rosto cobertos por um óleo denso de coloração preta.
De acordo com a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), as operações no Porto do Itaqui seguiramm normalmente não sendo registrado nenhum vazamento de óleo. Já o Governo do Estado, em nota, informou que vai criar um grupo com membros Polícia Ambiental, Bombeiros e outros setores para apurar o caso.
Segundo Júlio Deranzani, o responsável por registrar e compartilhar o vídeo nas redes sociais, depois de encontrar e seguir um rastro de óleo na faixa de praia, ele achou o animal com dificuldades para se locomover. Foi então que ele e mais alguns moradores levaram o animal para um chuveiro.
Usando água do mar, areia e sabão em pó, a população tentou extrair o óleo do animal, que foi colocado de volta ao mar por volta das 18h30.
Greenpeace se posiciona
O coordenador da Greenpeace no Maranhão, Denison Ferreira, informou ao Portal Guará na última terça-feira (25) que tão logo ficou sabendo do caso, entrou em contato com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA). “Fiquei sabendo hoje pela manhã que já tem uma equipe na cidade para realizar as devidas anotações sobre o caso para a produção de um relatório mais esclarecedor sobre a situação”, informou.
Denison esclareceu, ainda, que “assim que identificarem o agente poluidor, após os procedimentos normais, nós iremos formalizar denúncia juntamente ao órgão competente que pode ser a SEMA,se for em território maranhense ou ao IBAMA se a origem for de águas federais”.
Sobre o óleo que cobria a tartaruga, o coordenador do Greenpeace Maranhão assegurou que é necessário apurar a origem da substância. “Quanto à questão do óleo, nós suspeitamos que foi alguma lavagem que algum navio possa ter feito em alto mar e o rejeito foi lançado nas águas. O que vamos acompanhar é se isso foi incidente, ou seja, se não houve conhecimento humano sobre o descarte, ou se foi criminoso, lançado de forma consciente”.