A situação das eleições em São Luís está se afunilando. E é um movimento que restringe as passagens. Agora a discussão é de quem está com o grupo Sarney. Melhor seria dizer com os estertores de tal grupo, que, implodido, não tem mais formas ou identidade contínuas.
O que levou o deputado Adriano Sarney a botar a boca no trombone e dizer que Braide procurou o apoio do grupo dele? A mágoa por Braide ter colocado no ar uma inserção onde negava ter o apoio daquele grupo, ao mesmo tempo em que mostra sinais de que os sarneysistas estão com Edivaldo?
O fato é que o que vimos na Assembleia Legistiva foi a união de dois grupos opostos contra Braide. Não bastasse o exército que defende o prefeito, agora os valetes do grupo Sarney se alinham às hostes de Edivaldo para tentar acuar o solitário candidato do PMN.
É um fenômeno um tanto paranormal o alinhamento de Adriano Sarney, Bira do Pindaré e Othelino Neto, cheios de vênias, rumo a um objetivo comum. Há quem, em outros tempos riria se tal convergência fosse apontada, mas como poderia dizer Galilei: o mundo dá voltas.
A política é da polis e é pública e nestes momentos de vigilância exacerbada um grande olho míope interpreta o que vê de acordo com o momento. Alguns com a perspicácia mais ou menos de um Ciclope, com Ulisses preso na caverna. Será que já é chegada a hora de Braide anunciar “meu nome é ninguém”?
Sobre a acusação de Adriano Sarney, em nota, Braide afirma que nunca escondeu de ninguém que conversou com lideranças políticas de São Luís e do Estado e que “isso faz parte da política”. Há muito, tentam encontrar alguma caverna de ciclope para prender o deputado do PMN. Até agora nenhuma deu certo, talvez por esta característica com que Braide começou de ser “ninguém” que é o subterfúgio usado por Ulisses para escapar dos ciclopes, no poema Odisseia. E que foi o que levou ao segundo turno. Agora é preciso atribuir um nome a ele.
Os blogueiros alinhados fazem o canto das sereias; que ecoa de todos os lados para lançar Braide ao afogamento. Por enquanto não colou.
Esta disputa acirrada em torno de nomes novos é boa para a democracia. É uma forma do cidadão se lembrar de seu poder e dos políticos perceberem que o poder é temporário e não definitivo. Que as coisas simplesmente mudam. Bom seria ver uma campanha republicana, respeitosa e produtiva. Mas de uma forma ou de outra, os odores acabam exalando-se e o eleitor pode ver qual vem de onde, e para onde todos vão.