A pergunta é: devemos levar a sério os acessos que a democracia permite? Na democracia é bem simples, acessivo, fácil ser candidato a prefeito, governador, ou presidente da república. São poucos protocolas a cumprir. Ser brasileiro, ter a idade exigida, estar filiado a um partido político e mais uns dois ou três detalhes, que quase a totalidade dos cidadãos brasileiros podem facilmente cumprir.
Isto posto, podemos avalias algumas candidatura que já tivemos ( é preciso admitir que algumas com êxito) e ouras que temos agora. Algumas abertamente pra jogar areia em olhos sem senso de humor, como o Macaco Tião, um chimpanzé do Rio de janeiro que foi lançado pela Revista de humor Casseta Popular a prefeito da capital carioca, obtendo 400 mil votos nas eleições de 1988.
Mas algumas candidaturas foram sérias, apesar de não parecer. Em 1989 tivemos entre os 22 candidatos a presidente da república, um que se denominava Marronzinho. Uma dessas candidaturas que aparecem não se sabe de onde, mas causam efeito (às vezes tumulto) nos pleitos nacionais.
José Alcides Marronzinho de Oliveira (esse era o nome do artista), candidato pelo antigo Partido Social Progressista (PSP), aparecia sempre “amordaçado” e se auto intitulava “o único representante popular” daquela eleição, mas ainda teve 238.425 votos (0,33%) e ficou em 13º lugar.
No maranhão temos alguns exemplos de candidatos out-siders que se elegeram por um acidente técnico ou midiático. Candidatos eleitos, na sobra, com quantidades irrisórias de mil votos, personagens míticos, exóticos, das mais variadas gêneses aparecem em todas as eleições. Ocasionalmente, algum se elege.
Um dos exemplos dessa explosão, e ocorrido em tempos anteriores à comunicação extrema da internet e das redes sociais, ocorreu na eleição de 1996, quando surgido nada, um candidato a vereador da capital maranhense caiu nas graças do eleitor são-luisense.
Pedro Celestino estourou com o slogan “o pequeno que incomoda”, se elegendo vereador de São Luís. Não se reelegeu em 2000 e desapareceu da cena política por muito tempo, reaparecendo em 2012, quando teve apenas 143 votos; desde então virou pó nas disputas eleitorais. Mas os exemplos exóticos são inúmeros: Enéas, Eymael, Tiririca, Cabo Daciolo, apenados do sistema carcerário, entre centenas de anônimos espalhados pelos quatro cantos da nação.
Este ano, o destaque fica com o candidato a governador pelo PCB Frakle Costa, sabatinado na última quinta-feira (8) no programa Os Analistas, da TV Guará. O candidato, um funcionário público do município de Imperatriz tem rodado os debates e as sabatinas em diversos programas de rádio, tevê e internet com sua mensagem de reestatização e instalação do “poder popular”.
Os exemplos são inúmeros no país e no estado: Boca-aberta, Cabeção, Marreca, Fufuca, Caneta Azul, Berebô, Pururuca, Picolé, Pinguim do Povo, e mais Beiço, Mangaba, Magão, Bugiganga e Helycopy… Também temos algumas dezenas de Professor(a), Dr(a) e Sargento…
Até o velho J.J. Pereira, que se elegeu deputado estadual no raspa, com algumas dúzias votos e se tornou vice-líder do governo Lobão no início dos anos 90 (e nunca mais conseguiu nada) continua na luta.