Eusébio Ka’apor foi encontrado morto com dois tiros nas costas; madeireiros são suspeitos segundo entidade.
Um líder indígena da tribo dos Ka’apor foi assassinado a tiros no interior do Maranhão. Eusébio Ka’apor foi morto na madrugada de terça-feira (28) e os suspeitos do crime são madeireiros com atuação nas cidades de Centro do Guilherme, cidade localizada no oeste maranhense. O Governo do Estado criou uma comissão para investigar o crime.
Para a Comissão Pastoral da Terra – CPT – o crime tem relação direta com a extração ilegal de madeiras da reserva índigena do Alto Turiaçu e o governo federal é apontado como responsável pelo homicídio. Um confronto em agosto de 2014, culminou com a expulsão dos madeireiros pelos índios.
A CPT critica a forma com a qual as comunidades indígenas são tratadas e afirma que “a política indigenista em curso no país é omissa no que tange ao cumprimento das diversas obrigações constitucionais e da efetivação dos direitos indígenas.” A organização continua o posicionamento duro chamando atenção para, o que chama de “total paralisação dos processos de demarcação de terras indígenas, os altos índices de mortalidade infantil, suicídio, assassinato, racismo e de desassistência nas áreas de saúde e educação indicam uma atitude de extremo descaso do governo em relação às populações indígenas.”
Em nota enviada na noite de terça-feira (28), a secretaria de Segurança informou que criou um grupo especial para investigar a morte de Eusébio Ka’Apor.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), por meio da Delegacia Geral, informa que foi criada grupo especial para apurar as circunstâncias do homicídio que vitimou o indígena identificado como Eusébio Ká’Apor.
A comissão será integrada pelo delegado titular da 8ª Regional de Zé Doca, Henrique Mesquita, titular da delegacia de Santa Luzia do Paruá, delegado Murilo Tavares Pereira, e investigadores.
De acordo com informações preliminares, o crime ocorreu na madrugada de ontem (27) e o corpo do líder da Aldeia Ximborendá foi encontrado enterrado, com perfuração de arma de fogo, no Povoado Buraco do Tatu, há 40 km de distância da sede – município de Santa Luzia do Paruá.