Enquanto parlamentares da bancada conservadora levam a Brasília o debate sobre supostas mensagens atribuídas ao vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT), o estado enfrenta uma crescente preocupante: o avanço dos feminicídios.
A deputada federal Mariana Carvalho (Republicanos-MA) buscou apoio da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) após a divulgação dos prints que citam a deputada estadual Mical Damasceno (PSD-MA). As mensagenS, foram repudiadas por Felipe Camarão, que nega a autoria, se solidariza com a deputada e anunciou medidas judiciais para apuração dos fatos.
O caso ganhou espaço entre lideranças conservadoras no Congresso Nacional, mas ocorre em meio a um cenário de violência real e crescente contra mulheres no estado. Só em 2025, até o mês de maio, o Maranhão já registra 11 casos de feminicídio — uma mulher assassinada a cada 13 dias.
O crime mais recente ocorreu na cidade de Riachão, onde a ex-professora Jussandra Gonçalves Jorge de Souza foi brutalmente morta com 31 facadas. O principal suspeito é o ex-companheiro, o pastor evangélico José Gilton Alves dos Santos, que está foragido. A motivação, segundo a polícia, teria sido o não aceite do fim do relacionamento.
Desde 2020, já são 323 feminicídios registrados no Maranhão. Uma mulher perde a vida, em média, a cada 6 dias — muitas vezes de forma brutal, e em vários casos, diante de seus próprios filhos.
Enquanto parlamentares da base governista estadual mantêm o silêncio diante desses números, o debate político gira em torno de prints não confirmados, desviando o foco de um problema real, urgente e devastador que atinge mulheres de todo o estado.