sábado, 21 de dezembro de 2024

Quebradeiras de coco babaçu inovam e criam centro de formação

Uma ideia pioneira no Maranhão. É o que propõe o Centro de Formação do MIQCB direcionado à capacitação das quebradeiras de coco babaçu. A criação do Centro é uma iniciativa do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) por meio do projeto Floresta de Babaçu em Pé, que conta com recursos do Fundo Babaçu e apoio do Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O evento vai ocorrer nos dia 17 e 18 de janeiro.

O Centro de Formação visa capacitar um total de 150 pessoas, entre mulheres de jovens. Durante os dois dias, quebradeiras de coco babaçu (do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins)  estarão reunidas para a construção do plano político-pedagógico do Centro de Formação.

O objetivo é fortalecer ainda mais a formação política das quebradeiras de coco babaçu na luta pelo acesso livre ao território e preservação das florestas de babaçuais e ampliar e consolidar a cadeia de produtos derivados do coco babaçu.

Entre os cursos modulares que serão direcionados: Consultoria para elaboração de um Plano de negócio e Sustentabilidade do Centro, Formação de Liderança, todos direcionados ao uso sustentável da biodiversidade nos babaçuais, fortalecer o acesso de comunidades tradicionais das quebradeiras de coco babaçu a seus direitos e políticas, regularização e manutenção de seus territórios.

 

Quebradeiras de coco babaçu

O babaçu, predominante no Maranhão é muito usado na indústria de limpeza,  cosmética e outras. São cerca de 350 mil quebradeiras de coco no país. Elas estão concentradas, cerca de 80%, nos quatro estados de atuação do MIQCB (MA,PA,PI e TO). O acesso livre ao território é uma das principais luta das quebradeiras de coco babaçu.

O maior desafio é enfrentar a violência física e psicológica. Cerca de seis lideranças quebradeiras de coco babaçu estão ameaçadas somente no Maranhão de acordo com dados da CPT. A monocultura e o agronegócio são as principais ameaças. Dados da Cartografia Social da Amazônia, projeto desenvolvido pelas Universidades Federal do MA, PA e PI, indicam que as florestas de babaçu aumentaram de 18 milhões de hectares para 25 milhões nesses quatro estados.

A cultura da quebra do coco babaçu ainda resiste.  A relação de bem viver que mantém com o ambiente, preservando principalmente as palmeiras de babaçu as caracterizam como guardiãs das florestas. Do babaçu tudo se aproveita, são retirados mais de 65 produtos: azeite, sabonete, artesanato, farinha de mesocarpo entre outros.

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