terça-feira, 17 de setembro de 2024

Relatório preliminar sobre queda de avião da Voepass aponta que não houve registro de pedido de ajuda

Ainda não foi possível precisar se houve falha no sistema de degelo do avião que caiu em agosto na rota entre Cascavel (PR) e São Paulo -10/09/2024

Relatório preliminar sobre a queda do avião da VoePass em 9 de agosto, divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), mostra que não houve declaração de emergência por parte da tripulação antes da queda. Divulgado na última sexta-feira (6), o relatório revela as transcrições dos áudios de comunicação entre os pilotos da aeronave e a torre de comando extraídas da caixa-preta. 

O avião saiu de Cascavel (PR) com destino a São Paulo, caiu em Vinhedo, próximo à capital paulista, matando todas as 62 pessoas que estavam a bordo, sendo quatro tripulantes e 58 passageiros. 

A investigação do Cenipa sobre o caso prosseguirá e abordará, por exemplo, a situação de manutenção da aeronave, mas a investigação sobre responsabilidade civil e criminal será feita pela Polícia Federal.

Busca por segurança
Chefe do Cenipa, o brigadeiro do ar Marcelo Moreno esclareceu que, diferentemente da investigação judicial, que busca culpados, a investigação feita pelo órgão busca a segurança no transporte aéreo – ou seja, evitar que acidentes como esse se repitam. 

Segundo Marcelo Moreno, a aeronave era própria para voar em formação de gelo, e a tripulação também era treinada para voar nessas condições.  “Aeronave certificada, tripulação treinada, as informações meteorológicas estavam claras, de que a aeronave poderia encontrar gelo severo em sua rota, e em momento algum houve declaração de emergência”, detalhou. 

O brigadeiro informou ainda que, pelo relatório preliminar, é possível precisar que o sistema de degelo da aeronave foi acionado três vezes durante o voo após a indicação de que existia formação de gelo na aeronave, pelo sistema chamado de Eletronic ice detector.

Questionamentos
As declarações foram dadas nesta terça-feira (10) em audiência pública da comissão externa que acompanha as investigações do acidente com o avião da Voepass. O debate foi sugerido pelo coordenador da comissão, deputado Bruno Ganem (Pode-SP). 

O parlamentar e outros integrantes da comissão questionaram se o sistema de degelo poderia ter sido desligado sozinho sem que o piloto quisesse. Marcelo Moreno afirmou que, neste momento, não é possível precisar se houve falha no sistema de degelo.

“O que nós temos hoje no back up protegido, que é o gravador caixa-preta de voz, é somente a informação de quando aquele botão de liga ou desliga foi ligado como on e off. Hoje não conseguimos dizer se foi o próprio piloto que ligou ou desligou ou se foi um problema mecânico”, explicou. 

O brigadeiro afirmou que essa informação ainda vai ser buscada nos chips dos computadores do avião e junto aos fabricantes. “Neste momento, ainda muito preliminar, não podemos afirmar se houve falha do sistema”, afirmou, acrescentando que não há certeza de que esses dados estarão disponíveis nos computadores. 

– Publicidade –

Outros destaques