quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

São Luís perde faturamento por desperdício de água

Estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Go Associados, revela que São Luís está entre as piores cidades do Brasil no que diz respeito à desperdício de água e consequente perda de faturamento. O documento foi publicado na segunda-feira (5), e leva em consideração as 100 maiores cidades do Brasil, que representam 40% da população do país.

Entre os municípios que mais desperdiçam água por problemas de distribuição, seja por vazamentos, furtos ou “erros de leitura” (por imprecisão ou falta de hidrômetros, por exemplo), a capital do Maranhão aparece no quinto pior lugar, com incríveis 63,53 % de desperdício da água potável distribuída, ficando atrás apenas de Paulista (PE), com 67,59 %, Boa Vista (RR), 69,33%, Manaus (AM), com 74,62%, e Porto Velho (RO), com 77,11%.

Ao analisar os dados de modo geral, Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil, afirmou que as perdas de água são o sinônimo da eficiência do sistema de produção e distribuição das empresas operadoras. “O aumento das perdas mostra que há um problema de gestão e que os investimentos na redução não vêm sendo suficientes para combater o problema. Mais preocupante é pensar que num momento de crise hídrica não será suficiente pedir para que a população economize água se as empresas continuarem perdendo bilhões de litros por deficiências diversas”.

Para o sócio da GO Associados Pedro Scazfuca, o cenário demonstra um desinteresse em fazer investimentos que reduzam o desperdício nos sistemas de abastecimento. “Há uma falta de esforço para reduzir as perdas. Não tem sido feito o investimento necessário. A tendência natural de um sistema de abastecimento de água é aumentar as perdas, porque a estrutura vai ficando mais velha, sujeita a maior desperdício”, disse.

As cidades que conseguem os melhores resultados são aquelas que, segundo o especialista, focam não só na melhoria da estrutura de distribuição, como também no combate a fraudes e ligações clandestinas. “As perdas comerciais são muito representativas para as empresas do ponto de vista de receita. Reduzir as fraudes, melhorar a leitura dos hidrômetros, tudo isso contribui para a redução de perdas”.

O estudo mostra ainda que as cidades que conseguiram os melhores, como as paulistas Limeira e Campinas, são as que, segundo o especialista, focaram não só na melhoria da estrutura de distribuição, como também no combate a fraudes e ligações clandestinas. “As perdas comerciais são muito representativas para as empresas do ponto de vista de receita. Reduzir as fraudes, melhorar a leitura dos hidrômetros, tudo isso contribui para a redução de perdas”.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), responsável pelo abastecimento de água e saneamento básico de São Luís, foi consultada e pediu tempo para analisar os dados. Até a publicação desta reportagem o contato não foi retornado.

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