O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado faleceu na tarde desta sexta-feira (23), em Paris aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização fundada por ele e sua esposa, Lélia Wanick Salgado. Salgado morreu em decorrência de complicações da leucemia, agravadas por uma malária contraída durante uma expedição fotográfica à Indonésia em 2010.
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 1944, Salgado iniciou sua carreira como economista antes de se dedicar à fotografia nos anos 1970, após se mudar para Paris. Ao longo de sua carreira, viajou por mais de 120 países, documentando com sensibilidade e profundidade as condições de trabalhadores, migrantes, povos indígenas e as transformações ambientais em projetos como Workers, Exodus, Genesis e Amazônia .
Em 1998, Sebastião e sua esposa Lélia fundaram o Instituto Terra, com o objetivo de recuperar a Mata Atlântica na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. A organização já plantou mais de 3 milhões de árvores e restaurou mais de 2.000 hectares de floresta, transformando a antiga Fazenda Bulcão em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) .
Nos últimos anos, Salgado anunciou sua aposentadoria da fotografia para se dedicar à organização e edição de seu vasto acervo, que conta com mais de 500 mil imagens. Seu trabalho também inspirou o documentário O Sal da Terra, dirigido por seu filho Juliano Salgado e Wim Wenders, indicado ao Oscar de Melhor Documentário em 2015 .
Salgado deixa um legado duradouro por meio de suas imagens poderosas e seu compromisso com a justiça social e ambiental. Seu trabalho continua a inspirar gerações de fotógrafos e ativistas ao redor do mundo.
