segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Sedentarismo pode ser causa de doenças em cerca de 1,8 bilhão de pessoas no mundo

Para alcançar a terceira idade de forma plena, com autonomia e disposição, se faz necessária a adoção de um estilo de vida que envolva a prática de atividade física e boa alimentação. O exercício físico de forma regular reduz o risco de doenças crônicas, melhora a saúde cardiovascular, fortalece os músculos e ossos e aumenta a longevidade.  No caso dos idosos, minimiza os efeitos deletérios do envelhecimento, como a redução na massa muscular, colaborando para a manutenção da capacidade física e autonomia, influenciando na saúde e qualidade de vida. Além dos ganhos físicos, a prática de atividades físicas também é essencial para a saúde mental. Ela ajuda na liberação das endorfinas, conhecidas como “hormônios do bem-estar”, que promovem sensação de prazer, aliviando o estresse. Frente a tantos benefícios, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, pelo menos, 150 a 300 minutos de atividade moderada, por semana, para adultos.

A despeito dos sabidos benefícios, um estudo, fruto da colaboração entre pesquisadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e professores universitários, publicado recentemente na revista The Lancet Global Health, demonstrou um cenário preocupante entre 2010 e 2022 em torno da inatividade física. Segundo a análise, cerca de 1,8 bilhão de adultos (31%) não praticaram os níveis recomendados de atividade física em 2022. A Região da Ásia e do Pacífico alcançou a taxa mais alta de sedentarismo, com 48%, a Ásia meridional, com 45%, enquanto em outras regiões essa proporção variou entre 28%, nos países ocidentais de renda alta, e 14% na Oceania.  As Américas amargam taxas superiores à média mundial, de 36%.
Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, mostram que, no Brasil, apenas 40,6% das pessoas com 18 anos ou mais cumprem os parâmetros estipulados pela OMS. A profissional de educação física, Viviane Neves, faz um alerta para os impactos da alta taxa de inatividade à saúde dos adultos. “Sabemos que o sedentarismo é um dos maiores fatores de risco para a mortalidade. A inatividade física contribui para a obesidade, o aumento de doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças como o câncer, as alterações vasculares, cardíacas e metabólicas aumentam o risco de problemas cardiovasculares, incluindo angina, infarto agudo do miocárdio e tromboses”.

O médico cardiologista Rodrigo Louzeiro reforça a importância em dar o primeiro passo. “Mesmo que você não tenha condições de iniciar a prática de atividades físicas no tempo mínimo recomendado semanalmente, comece a praticar com o tempo que conseguir: os benefícios de qualquer atividade já reduzem significativamente os riscos de manter-se sedentário”, lembrou o médico.

A prática regular de exercício é também poderosa ferramenta no combate à ansiedade e depressão. Por meio de dados do último mapeamento sobre a doença, A Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o equivalente a 11,7 milhões de brasileiros.  Em seguida, aparecem Cuba (5,5%), Barbados (5,4%), Paraguai (5,2%), Bahamas (5,2%), Uruguai (5%) e Chile (5%).  A profissional de educação física complementa que “sobre as doenças mentais, quanto maior o sedentarismo mais chances de sentir estresse ou ansiedade, podendo desenvolver até mesmo um quadro depressivo ao longo do tempo”, ressaltou Viviane Neves.

O médico cardiologista, Rodrigo Louzeiro, finaliza com um lembrete importante. ” Antes de deixar o sedentarismo, é recomendado realizar uma avaliação médica. Algumas doenças, ainda ocultas, podem contraindicar prática de algumas modalidades”.

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