Referência no tratamento de câncer por prestar assistência completa a pacientes de São Luís e do interior do estado, mais uma vez os serviços de Pronto Atendimento (SPA), atendimento domiciliar, tratamento da dor e cuidados paliativos do Hospital Aldenora Belo estão ameaçados. Em entrevista com o vice-presidente da Fundação Antônio Dino, ele explicou que a questão continua sendo o déficit para manutenção dos serviços.
“São aproximadamente R$700 mil de déficit contra R$16 mil a R$18 mil de faturamento. Os números não mudaram desde o ano passado. E no ano passado houve um convênio feito com o Governo do Estado para repasse do Fundo Estadual de Combate ao Câncer que nos possibilitou de manter aberto durante um período, mas com o déficit a gente sabia que iria chegar no impasse novamente”
Os serviços começaram a funcionar em 2008 e hoje possui uma demanda muito maior. O Hospital é mantido pela Fundação Antônio Dino através de doações. Tecnicamente ele também recebe repasse do SUS, através da Prefeitura.
“O que existe entre a Fundação e a Prefeitura é um convênio que ela repassa para a gente nossa produção SUS. Se não me engano, R$4 milhões e 800 mil é o teto então mensalmente ela repassa para a gente o trabalho que a gente presta pro SUS, que não vem do SUS direto para a Fundação, vem através da Prefeitura. As emendas parlamentares federais também vem através da Prefeitura. A verba não tem como ser repassada diretamente. Então vem para a Prefeitura, onde é um feito um convênio e é repassado para a gente. Então o que a ela ajuda, se é que podemos chamar isso de ajuda, é com isso”, explicou o vice-presidente da Fundação.
Mesmo assim a receita mensal não consegue manter as despesas e essa é uma realidade geral das unidades filantrópicas, como o Aldenora Belo.
“Esse não é o único setor financeiramente deficitário. Nós temos outros setores com o mesmo problema. Mas esse é setor que traz mais déficit para o hospital. E os outros, como o déficit é menor, a gente consegue manter graças a emenda parlamentar de custeio e principalmente a doação dos nossos doadores e parceiros”, esclarece.
Por conta disso, o hospital anunciou novamente a suspensão dos serviços. E se não houver uma intervenção mais rápida isso pode acontecer logo. Mas um novo convênio através do Fundo Estadual de Combate ao Câncer se renovado, deve conseguir mantê-los por pelo menos mais um ano.
“Se a gente mantiver o serviço funcionando, sim, um dia pode ser que a gente feche o hospital por falta de dinheiro. Mas o que a gente quer é acabar com o maior déficit para não chegar a esse ponto”, conclui Antônio Dino Tavares.