segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

SPC e CNDL apontam que inadimplência no Brasil cresceu e média das dívidas é de R$ 3.895


Economista levanta os fatores que influenciam nesta elevação e dá sugestões a quem é inadimplente e a quem quer se precaver

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgaram na última semana um levantamento sobre a inadimplência no país. Segundo o estudo, o número cidadãos inadimplentes voltou a crescer em fevereiro deste ano e atinge a marca de 65,45 milhões de brasileiros, apontando que quatro em cada dez brasileiros adultos estavam negativados em fevereiro de 2023.

Segundo o economista Eduardo Amendola, vários fatores influenciam na inadimplência neste momento na economia brasileira, como inflação e juros básicos (Selic) elevados.

  • O aumento da taxa de juros impacta diretamente na capacidade de pagamento dos consumidores, pois torna as dívidas mais caras e difíceis de serem quitadas. Outros motivos que nos ajudam a entender a inadimplência brasileira são a instabilidade econômica no país, que nos últimos anos tem uma correlação importante com a inadimplência; além da alta taxa de desemprego e a queda do poder aquisitivo dos consumidores que afetou a capacidade de pagamento das dívidas. Além disso, o excesso de crédito disponível e a facilidade de acesso ao mesmo podem levar ao endividamento dos consumidores. A falta de análise de risco na concessão de crédito pode leva r ao aumento da inadimplência, já que consumidores que não possuem capacidade financeira de arcar com as dívidas podem acabar contraindo mais débitos do que podem pagar, avalia o professor da Estácio.

Os dados analisados no levantamento do SPC Brasil e da CNDL são referentes a informações de capitais e interior de todos os estados brasileiros, e revelaram ainda que em fevereiro deste ano, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.895,09 na soma de todas as dívidas, com destaque para a evolução das dívidas com o setor de Bancos, que registrou crescimento de 28,98%, seguido de Água e Luz (13,27%); e que o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 17,41% em relação ao mesmo período de 2022.

  • A expectativa nos próximos meses é ainda de uma taxa de inadimplência elevada, isso porque o índice de inflação de fevereiro ainda não havia incorporado a reoneração dos combustíveis e os reajustes salariais, assim podemos esperar uma inflação ainda maior para março, pressionando o poder de compra das famílias e podendo levar à inadimplência. O custo do crédito também deve permanecer elevado contribuindo de maneira negativa para o equilíbrio financeiro dos brasileiros. Diante deste cenário, a opção do consumidor é realmente procurar diminuir os gastos, controlar bem o orçamento e se organizar para não acabar na inadimplência, destaca Amendola.

Dicas para quem não quer se tornar inadimplente
Com a taxa de juros e a inflação em alta, é importante ter cuidado com as finanças pessoais para evitar a inadimplência, segundo o economista, que dá algumas sugestões.

  • Faça um planejamento financeiro, é importante ter controle sobre suas finanças, sabendo exatamente quanto ganha e quanto gasta; crie um orçamento mensal e tente se manter dentro dele. Evite fazer dívidas desnecessárias, como comprar produtos ou serviços que não são essenciais e que você não pode pagar. Se precisar fazer uma compra grande, planeje e economize antes de fazê-la, indica o professor da Estácio.

Sugestões para os inadimplentes

Para quem já está em situação inadimplente, Eduardo Amendola também faz algumas recomendações.

  • Se você já está endividado, não deixe de negociar suas dívidas, entre em contato com os credores e tente chegar a um acordo que seja viável. Priorize o pagamento das dívidas mais caras: se você tem várias dívidas, priorize o pagamento das que têm as taxas de juros mais altas. Busque ajuda de um profissional em finanças pessoais se encontrar dificuldades para lidar com suas dívidas, pois ele pode ajudar a criar um plano de ação para lidar com elas. Corte gastos desnecessários para economizar dinheiro e direcioná-lo para o pagamento das dívidas, sugere o economista.
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