De coloração roxa, a tiquira é uma aguardente tipicamente maranhense que faz sucesso mundialmente e atrai olhares curiosos não apenas pela coloração incomum, mas, também, pelas lendas que a envolvem. Agora, este item da gastronomia maranhense busca reconhecimento dos órgãos de propriedade intelectual para adquirir a indicação geográfica desta bebida singular da cultura do Maranhão.
Para conseguir o registro, setores públicos e privados do Estado uniram-se para traçar as características históricas, culturais e geográficas da tiquira. A técnica de destilação da tiquira foi herdada pelos portugueses, que trouxeram o método da Europa e, então, adaptada pelos índios maranhenses que passaram a destilar o cauim, um fermentado obtido a partir da mandioca.
O trabalho da equipe também inclui detalhar a produção de mandioca, o processo de agroindustrialização, mercados consumidores, normatização, cultura, turismo, gastronomia e outras singulares do produto. “A tiquira é um patrimônio maranhense, existente há centenas de anos, que ficou de lado por muito tempo, mas agora é o momento de fazer esse resgate histórico de um produto tão valioso para a nossa cultura”, disse Alberto José, presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas, Refrigerantes, Água Mineral e Aguardente do Estado do Maranhão (Sindibebidas).
A partir da obtenção do registro de indicação geográfica, espera-se que a demanda pela bebida aqueça o setor de bebidas no Estado, aumentando a promoção comercial e, ao mesmo tempo, seja uma garantia de autenticidade, promovendo o desenvolvimento da região produtora e preservando o conhecimento tradicional.
