quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Indígenas duvidam de perícia da Polícia no caso Jorginho Guajajara

cacique jorginho

Casos de assassinatos envolvendo povos indígenas têm aumentado no País. O Maranhão por sua vez, não fica fora dessa estatística, o recente caso do Cacique Jorginho Guajajara que segundo a polícia civil morreu afogado acidentalmente na cidade de Arame, no Maranhão gera desconfiança e indignação por parte dos povos tradicionais.

O fato é que para os indígenas existe a possibilidade do cacique ter sido alvo de perseguição por parte de invasores. Exercendo a função de Guardião da Floresta índios fazem a fiscalização constantemente nos limites das comunidades para identificar se elas estão sendo alvo de invasão.

“É uma forma que encontramos de nos proteger e de informar às autoridades que determinadas regiões precisam ser fiscalizadas”, declara Valéria Kaxuyana uma das coordenadoras da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) em entrevista.

Em virtude desse fato, os índios acabam sendo ameaçados por não compactar com a exploração ilegal da madeira a caça de animais silvestres: veado, tatu, paca, queixada, anta e aves, como o mutum. O mutum é usado especialmente pelos índios em rituais místicos no mês de setembro, festa da menina moça, e de tanto serem caçados acabam entrando em extinção.

Descrença

A Polícia Federal esteve recentemente na cidade de Arame. Procurados pelos indígenas que não creem na versão da polícia do Maranhão, índios pedem que o caso seja investigado com mais rigor. Técnicos da PF  fizeram a exumação do cadáver de Jorginho Guajajara, e em 30 dias será apresentado o resultado do laudo. A partir da resposta desse exame a Policia Federal decidirá se assumiram o caso ou não; o contrário continuará na permanência da policia civil.

Esse passo dado na investigação já é um ponto positivo para os índios e representantes da comunidade, pois acreditam que a primeira pericia foi fraudada. Jorginho Guajajara era um dos Guardiões da Floresta e por ser protetor da região indígena é comum se depararem com invasores que acabam ameaçando. Os representantes indígenas aguardam a resposta da pericia, mas enquanto isso convivem com o medo que assola o território indígena.

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