Aconteceu, no último dia 13 de agosto, a reunião do Fórum Estadual de Prevenção à Automutilação e ao Suicídio realizado pelo Ministério Público do Maranhão e do Centro de Apoio Profissional aos Direitos Humanos. O fórum tem se comprometido com a discussão de políticas públicas de atenção a essas práticas, que têm preocupado o mundo todo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) relata que em torno de 800 mil pessoas são vítimas do suicídio e um número muito maior de indivíduos tenta cometê-lo. O suicídio sempre se encontra entre as dez causas principais de morte em todos os países e este índice ainda é mais alarmante entre jovens e adultos: o ato suicida é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Só em São Luís, os casos notificados de suicídios entre maio e junho foram quinze.
E quero chamar a atenção para dois pontos: o primeiro é que os indivíduos que chegam ao ato final do suicídio frequentemente apresentam sinais psicológicos prévios. De 80% a 100% deles apresentam histórico de transtornos mentais. E o segundo é que 79% dos suicídios, em 2016, aconteceram em países de baixa e média renda, como é o caso do nosso país.
Se o suicídio é mais praticado por pessoas que apresentam transtornos mentais e é maior em países com uma realidade social mais desigual, imagine as possibilidades de ideação suicida entre os profissionais que vivenciam diariamente o desespero das pessoas carentes? Nossos agentes comunitários, professores e profissionais da saúde, dentre outros, têm apresentado altas taxas de exaustão emocional, despersonalização e de decepção com a realidade que enfrentam. É preciso cuidar da nossa gente.
Contudo, faltam medidas de assistência efetivas no nosso município para a prevenção contra a prática do suicídio. É preciso dar mais força aos centros de atenção psicossocial e de assistência social, bem como treinamento e suporte aos profissionais do município que podem reconhecer e prevenir sinais de ideação suicida
O nosso povo caminha carente de esperanças. E de políticas reais que dêem suporte às suas demandas. Não podemos deixar a discussão sobre o suicídio apenas para o setembro amarelo. A realidade que sufoca a população nos assombra o ano todo.
Parabéns ao Fórum e a todas as instituições e entidades que têm se articulado e trazido luz sobre essa questão de saúde.