Lembro de um comercial do Itaú com roteiro assinado por Nizan Guanaes que dizia: precisamos vigiar para que o mundo nunca deixe de ser humano e pessoal. E o texto complementava: a internet que nós criamos veio para melhorar e mudar muitas coisas, mas têm coisas que ela não pode e não deve mudar.
Pegando o recorte deste texto resolvi refletir sobre as competências essenciais que todo profissional de marketing deve possuir, e que mesmo com a transformação digital, elas não devem mudar. Em minha investigação de doutoramento pela Universidade de Coimbra, trago 4 tipos de competências que existem no mercado business: emergentes, declinantes, essenciais e transitórias. (Teoria de Saparrow e Bgnanno)
COMPETÊNCIAS | CONCEITO |
EMERGENTES | As competências emergentes são aquelas que, mesmo não sendo muito relevantes no momento presente, têm grau de importância tendente a crescer ao longo do tempo. |
DECLINANTES | As competências declinantes incluem aquelas que foram importantes no passado, mas se tornaram menos relevantes para a organização devido às mudanças na tecnologia ou na estratégia organizacional. |
ESSENCIAIS OU PERENES | As competências estáveis, essenciais ou perenes são aquelas competências fundamentais para o funcionamento da organização e que permanecem relevantes ao longo do tempo. |
TRANSITÓRIAS | As competências transitórias são aquelas que, embora imprescindíveis em momentos críticos de transição, não estão diretamente relacionadas ao negócio da organização. |
Hoje quero me dedicar a falar sobre as competências ESSENCIAS, aquelas que não podem e não devem mudar. Na minha visão, como executivo de mercado, pesquisador e professor de negócios, são 5.
VISÃO SISTÊMICA DO NEGÓCIO: o profissional de marketing não pode entender apenas de comunicação. Ele precisa passear por todas as áreas do negócio e possuir capacidade de interagir e colaborar com o RH, Comercial, Transformação Digital, E-commerce e todas as áreas de negócio.
FOCO EM GENTE: antes de propor qualquer ação ou estratégia para o público externo é essencial olhar para dentro de casa. Experiência do cliente começa em casa, com o time bem alinhado com a cultura do negócio. E o marketing deve colaborar com isso.
DEDICAÇÃO AO CLIENTE E CUSTOMER EXPERIENCE: pode passar anos, o cliente sempre deverá ser a razão de qualquer negócio. Entender as necessidades, desejos, dores e anseios do cliente, nunca sairá de moda.
CULTURA E SOCIEDADE: tenho alguns amigos de mercado que atuam como profissionais de comunicação ou administração e que são Mestres em Cultura e Sociedade (Luiziane Saraiva, Jarbas Campelo, Odla Albuquerque – sugiro para você leitor, seguir esses profissionais). Muita gente não sabe, mas, existe uma pós-graduação na área de cultura e sociedade. Sempre que ministrei aula na graduação, destacava a importância de o bom publicitário entender de sociologia, antropologia e psicologia. Marketing é feito por pessoas e para pessoas, compreender a cultura que o cliente está inserido evita muitas derrapadas.
NOVAS TECNOLOGIAS: a fogueira era uma tecnologia, o fogão foi outra tecnologia, o micro-ondas foi uma evolução das duas anteriores. Hoje, falamos e vivemos com a inteligência artificial, internet das coisas, tecnologias vestíveis, realidade virtual, entre outras. Como o marketing pode utilizar as novas tecnologias e potencializar as experiências de marca para os clientes – essa é a pergunta chave que todo profissional deve se fazer, seja no ano de 2022 ou no ano de 2042. Aprenda, desaprenda e reaprenda.
Passe o tempo que passar, essas 5 competências serão perenes e essenciais, coloque-as no seu radar e siga.
Fernando Coelho – Doutorando em Gamificação. Professor da ESPM Rio, ESPM Tech, UEMA e Instituto Navigare. É também Colunista do Portal Mundo do Marketing. Atua como Executivo de Marketing e Experiência do Cliente e Palestrante e Mentor de Negócios focado em Experiência do Cliente. Autor do Livro Customer Experience Descomplicado, pela Editora Autores do Brasil e mais 4 obras de negócios.